quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PARA RECORDAR


"O Ministério Público apreendeu documentos no âmbito da Operação Furacão que indiciam o envolvimento da Mota-Engil no pagamento de luvas a decisores políticos.

O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) está a investigar indícios de que houve pagamento de luvas no valor de seis milhões de euros, em 2002, na entrega da concessão da SCUT do Grande Porto ao consórcio liderado pela Mota-Engil. Este foi o principal motivo por que o presidente do grupo, António Mota, esteve esta quarta-feira a prestar declarações no DCIAP. Uma informação que António Mota nega."
Comentário - Haverá grandes empresas que não sejam geridas por corruptos? Haverá políticos que não sejam corruptos?

Mais sete gestores para fundação do Côa - "Fundação Côa Parque, prevê um conselho de administração com sete membros, todos de nomeação política e em regime de exclusividade, além de um conselho geral e de um conselho consultivo com dez elementos cada um."
Comentário - Mais boys & girls!!! Mas podemos estar descansados pois desta vez será tudo gente competente, sem cunha nem amizades à mistura e com ordenados coerentes com as dificuldades do país... POIS!!!

Ricardo Rodrigues, o homem que rouba mas não é ladrão



O colarinho ( branco ) e a canja da ralé


Quiseram aplicar a um homem como Ricardo Rodrigues os mesmos princípios éticos que aos outros deputados .Quando alguém mete ao bolso uma coisa que não lhe pertence dizemos que a roubou. Mas há justificações para meter coisas ao bolso. E diferentes nomes para usar nas várias circunstâncias, conforme o estatuto social e político dos autores. Uma senhora bem vestida que meta na carteira um perfume, numa loja elegante, distraiu-se - e um engano toda a gente tem. Uma mulher que o faça num supermercado suburbano comete um furto que a sociedade não pode permitir. E um banqueiro que esconda num offshore os milhões que ganhou por vender títulos tóxicos aos incautos clientes é um pilar da sociedade que contribui para o desenvolvimento económico. Esta é a base da sociedade e querer subvertê-la é fomentar o caos e a anarquia. E o sistema judicial existe para garantir a sua subsistência.

Quando um deputado rouba alguma coisa também não se trata exactamente de roubo-roubo, como se fosse um maltrapilho qualquer. Pode dizer-se que o deputado se apropriou, tirou ou "roubou" e "furtou", mas entre aspas.

Quando o deputado do PS Ricardo Rodrigues roubou dois gravadores a dois jornalistas fê-lo com um hábil golpe de mão, como se nunca tivesse feito outra coisa na vida, mas esclareceu que tinha feito por acção directa , "tomado posse" deles, como teria feito se se tratasse de um cargo oficial. A hierarquia do partido compreendeu aliás o seu gesto e desculpou-o, pois foi provocado pela "violência psicológica insuportável" a que foi submetido pelos jornalistas que o entrevistavam. E todos vimos como os jornalistas da Sábado tiveram a crueldade de o torturar com perguntas sobre temas incómodos, como se não soubessem com quem estavam a falar.


Seria conveniente que não se esquecesse que o deputado é membro do Conselho Superior do Ministério Público e da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, além da Comissão para o Acompanhamento da Corrupção e outras coisas mais.

Ricardo Rodrigues não roubou os gravadores para os vender na Feira da Ladra e sacar vinte euros para comprar umas ganzas. Isso seria escandaloso. Fê-lo apenas para ver se impedia a publicação de uma entrevista que abordava temas que não lhe convinham. Tratou-se de um pequeníssimo atropelo à liberdade de imprensa e de informação, mas do mais puro colarinho branco. Não é furto, mas apenas um acto irreflectido, compreensível, já esquecido. E o seu passado não é para aqui chamado porque não é disso que estamos a falar. Nem o facto de o deputado ter mentido ao Parlamento, à imprensa e ao país sobre o que fez aos gravadores. Querer que um homem como Ricardo Rodrigues obedeça aos mesmos princípios éticos que os outros deputados é uma afronta.

Francisco Assis disse-o melhor que ninguém: ninguém pode julgar Ricardo Rodrigues. (Anda tão perú , parece-me que tem que passar outra vêz por Felgueiras)

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