KAOS:Racionar a vida
No
parecer solicitado pelo Ministério da Saúde o Conselho Nacional de
Ética para as Ciências da Vida defende que o racionamento de tratamentos
é legítimo e deve ser feito depois de ouvidos os médicos, os gestores e
os doentes.
Em entrevista à Antena 1, Miguel Oliveira da Silva,
presidente deste órgão consultivo, afirma que "não só é legítimo como,
mais do que isso, desejável".
"Vivemos numa sociedade em que,
independentemente das restrições orçamentais, não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos terem acesso a tudo",
diz.
"Será que mais dois meses de vida, independentemente dessa
qualidade de vida, justifica uma terapêutica de 50 mil, 100 mil ou 200
mil euros?
Tudo isso tem de ser muito transparente e muito claro,
envolvendo todos os interessados", sustenta.
Já
há algum tempo num debate a Manuela Ferreira Leite e o empregado do
grande merceeiro, o António Barreto tinham questionado se valeria a pena
pagar os tratamentos mais caros a que quem tivesse mais de 70 anos.
Esta gente só pensa em números e colocam-nos acima das pessoas. Agora é
um Conselho que se diz da ética da vida que quer racionar os tratamentos
dizendo que não podem ser para todos.
Sorteia-se ou escolhe-se pela cor
do cartão do Partido?
Já agora, para as finanças mais vale dar logo uma
injecção atrás da orelha a quem atinja a idade da reforma que passam a
ser gente que só dá despesa.
Mas, por mais indignados que possamos ficar com esta corja toda até pode
ter uma vantagem é que um dia não teremos tantos escrúpulos na forma de
os corrermos a pontapé.
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