A MERDA DE GENTE, VIGARISTA, QUE NOS GOVERNOU
De Soares a Passos
Trinta e seis anos de mentiras
e esbulho. A factura que estamos a pagar !
.
- De Mário Soares a Passos Coelho. Como aqui
chegámos
.
Nota prévia: nesta súmula não constam nomes como
os de Pinto Balsemão, Maria de Lurdes Pintassilgo ou Santana Lopes; e por um
simples razão: por este ou aquele motivo (na maior parte dos casos, por falta
de tempo), não deram uma para a caixa. Podemos ficar com esta certeza: nenhum
dos políticos que passou pelo poder deixou de arruinar mais um pouco o país. A
extrema esquerda que não se ria. Tivemos o governo de Vasco Gonçalves e o PREC
para amostra. Nos restantes anos de “democracia”, a esquerda limitou-se a
assistir, a ajudar os sindicatos a enterrar cada vez mais o país. A extrema
esquerda foi o garante dos “direitos adquiridos” à custa do endividamento do
país que agora se esgotou!
Mário Soares convenceu-se que só por lhe chamaram (sabe-se lá porquê!) o pai da democracia, podia
fazer o que lhe apetecesse. Por isso, soltou foguetes, em Março de 1975, com a
nacionalização da banca, garantindo que, agora, sim, o 25 de Abril estava
totalmente realizado, com o «25 de Abril económico». Que tinham sido,
«finalmente, afastados os grandes suportes da ditadura». Sim, ele disse isto.
.
Depois, mal se apanhou com o poder na mão, foi buscar os
banqueiros e, daí a tempos, estava a pedir ajuda ao FMI. Começou a destruir o
aparelho produtivo nacional, coisa que estava intimamente relacionada com a
adesão à então designada CEE. Haveria de ser presidente da República, onde se
entreteve a dar várias voltas ao mundo. Depois de ter cavalgado as bestas
autóctones, chegou a cavalgar uma tartaruga nos Galápagos. Hoje, nas
horas vagas, e sempre que o governo não é do PS, dá uma – ou duas – de
esquerda.
Cavaco Silva convenceu-se que depois das asneiras de Soares, que
afundaram o país – e com os fundos comunitários a jorrar – a coisa
estava no papo. Seria sempre a aviar. Estoirou tudo em cimento e a deixar os
amigos encherem os bolsos – a verdadeira mãe-de-água do BPN, que viria a ser a
maior burla alguma vez acontecida em Portugal. Delapidou ainda mais o aparelho
produtivo nacional, até que foi forçado a «retirar-se», em grande parte
empurrado por aqueles a quem enchera a mula. Comprou bem umas acções fantasmas,
vendeu-as melhor, fez umas transações imobiliárias jeitosas e começou a pensar
da presidência dos matarruanos, o que viria a conseguir. Hoje, não ganha para
as despesas. Nem para se ralar.
António Guterres convenceu-se que depois de Cavaco e da sua gestão, que afundou
o país, tudo o que viesse (que, por acaso, era ele) seria uma bênção.
Bom rapaz, católico praticante – é o que consta – teve o primeiro susto ao
inteirar-se do verdadeiro estado do país. Passou uns dias no Hospital da CUF, a
recuperar do abalo.
.
Sabendo a escória que tinha no partido, resolver rodear-se
de «gente nova e promissora», para o que foi buscar jovens ambiciosos e
sedentos de sucesso. Sócrates e Vara, por exemplo. Não há job para boys,
foi a sua frase mais sonante – e também aquela que teve menos correspondência
na realidade.
~.
Os rapazes «ambiciosos e sedentos de sucesso», que tinham chegado
a Lisboa aos trambolhões, logo se deslumbraram com as luzes da cidade, com os
restaurantes da cidade, com os automóveis da cidade, com os bancos – e os banqueiros
– da cidade, com os negócios da cidade, enfim, com as possibilidades da cidade,
principalmente quando se tem o poder nas mãos.
.
Um dia, depois de eleições autárquicas que não correram nada
bem, reparou que estava atolado num pântano. E fugiu. Encontra-se, hoje em dia,
refugiado no Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, onde trata de si e,
se houver tempo e verba, dos outros refugiados.
.
Durão Barroso convenceu-se que depois do pântano de Guterres, onde o
país se afundara, nada de pior podia acontecer. Cedo descobriu que o
país não só se afundara, como estava de tanga. Percebendo isto, piscou o olho a
Bruxelas e, certamente por bruxedo, conseguiu fugir para lá, onde é presidente
da Comissão Europeia. O país ficou ainda mais atascado – e a tanga mais
esfarrapada. Ele está muito bem da vida, e quase ninguém se lembra dos seus
tempos de esforçado MRPP.
Sócrates convenceu-se que era um génio e um protegido dos deuses. Se
os seus antecessores lhe legaram um país de pantanas, e estavam todos
bem na vida, ele tinha todas as condições fazer mais e melhor. E fez. Alargou o
pântano, vendeu a tanga e elevou à décima potência tudo o que de pior antes
dele fora feito. Pelo meio, descobriu que o pântano era o sítio ideal para
deitar toda a espécie de lixo, incluindo os lixos morais.
.
O pântano passou a
borbulhar. Como o país integrava um espaço económico livre a alargado como
nunca o fora, todos os tipos de traficâncias passaram a ser permitidas.
Empenhado nestas proveitosas veniagas, não percebeu que o enriquecimento de uns
quantos – ele incluído – não era o enriquecimento do país.
.
Pelo contrário:
agora, nem água pantanosa havia. Não quis acreditar no que via, e deu por si a
acreditar, delirantemente, sabe-se lá em quê. Já na fase de estrebucho, pediu
ajuda externa, mas, tal como Guterres e Durão, achou melhor mudar de ares.
Juntou uns dinheirinhos que arrebanhara no meio da confusão – confusões, não;
só cabalas e campanhas negras – e foi viver em Paris, onde é, finalmente, um
nababo.
.
Às vezes vem almoçar ou jantar a Lisboa, só para ver como param as
modas. Pescar à linha. Diz-se por aí que se não foi internado num hospício ou
num estabelecimento prisional, é porque não há medicina que o trate, e porque a
Justiça está entregue à rainha de Inglaterra, que não tem poderes para o
efeito.
Passos Coelho convenceu-se de várias coisas. Uma, é que lhe bastava dizer que
recebeu um país falido. Outra, é que era um génio maior do que Sócrates.
Outra, é que o povo, tal como disse, com mágoa, Erasmo de Roterdão, é uma
enorme e possante besta. Outra, é que, dados os factos, tinha força,
autoridade e competência para aplicar as medidas que entendesse.
.
Outra, é que
tinha o seu partido com ele e o CDS na mão. Outra, é que bastava agradar aos
donos do dinheiro para poder fazer o que bem lhe desse na gana, e ainda o que o
Gaspar mais o Relvas, aconselhados pelo Borges, lhe dissessem.
.
Outra, é que era
um homenzinho a sério, e não um fedelho com umas ideias neoliberais aprendidas
à pressa nos meandros da JSD e trabalhadas qb num curso de economia
tardio, para justificar um estatuto.
.
Convencido disto tudo, foi o «custe o que custar».
Como ele nunca soube o que foi «custar», porque nunca trabalhou, nem o Gaspar
sabe o que é ser gente comum, tal como o guru António Borges, que aos dois
aconselha e é, em certa medida, o primeiro-ministro sombra, perdeu o controlo
da situação. O seu partido, logo percebeu que assim não vai lá nas próximas
eleições, razão pela qual – não, claro que não é por causa do país, nem das
pessoas – lhe começou a tirar o tapete.
.
E Passos, um garoto cobardolas e
inconsciente que apenas sabe produzir uns lugares-comuns em voz estudada para
impressionar os papalvos, aí está, a padecer do síndroma de Peter e sem saber
que contas deitar à vida. Pela primeira vez, em mais de quarenta anos, tem um
problema para resolver.
- Que de Soares a Passos, nenhum se
aproveita?
- Que o problema não é só de pessoas, mas das políticas que
aplicam?
- Que TODOS estes governantes, cada qual com o seu carácter
(desprezível, em qualquer deles, como se vê) são corresponsáveis pela miséria a
que o país chegou?
- Que no actual quadro político-partidário não há saída, nem
recuos, nem remendos, nem soluções?
Sim, foi bonita a manifestação, pá! Mas…
… não creio que ela signifique, para além da justa revolta
pelas medidas impostas pela mais desbragada austeridade, pelo esbulho e
confisco que ela provoca, a consciência plena de que estes alegados governantes
– TODOS ELES – são
apenas os executores de políticas económicas determinadas de muito longe por
gente sem rosto. Gente que ninguém elege.
.
Gente que nos empresta o dinheiro que nos foi roubado.
Dinheiro para essa gente transferido pelos governos dos países. Não basta, por isso, deitar abaixo um governo. É preciso
deitar abaixo quem, realmente, comanda os povos, através dos governos.
.
Ao mandarmos Passos para a rua, devemos exigir que «o senhor
que se segue» não leia pela cartilha de Passos, Sócrates, Durão, Guterres,
Cavaco ou Soares. Esse «senhor que se segue» não é com certeza José Seguro ou
António Costa que só querem uma casa em Paris ao lado de Sócrates!
No fundo, é isto:
NACIONALIZAR OS INVESTIDORES. OS MERCADOS.
A União Europeia não deixa? Problema dela.
Os EUA não gostam?
.
Problema deles. Na
América Latina mandam cada vez menos, e «aquilo» já foi o seu pátio das
traseiras
Sem comentários:
Enviar um comentário