INVERSÃO DE VALORES - CARTA DE UMA
MÃE PARA OUTRA MÃE (ASSUNTO VERÍDICO).
enviada de uma
mãe para outra mãe no Porto, após um telejornal
da
RTP1 Carta,
de mãe para mãe ...
Cara Senhora,
vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a
transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias
para outra dependência prisional em Lisboa.
Vi-a a
queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das
despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros
inconvenientes
decorrentes dessa mesma transferência. Vi também toda a cobertura que os
jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas
também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e
Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc ...
Eu
também sou mãe e posso
compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também
é enorme a distância que me separa do meu filho. A trabalhar e
a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o
visitar. Com muito
sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho
(inclusivé aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do
resto da
família. Se você ainda não percebeu, sou
a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de
combustível, onde ele, meu
filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a
família. No próximo domingo, enquando você estiver a abraçar e beijar o seu
filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde
campa, num cemitério dos arredores ...
Ah! Já me
esquecia: Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte
do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão
que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena,
por ser um criminoso.
No
cemitério, ou na minha casa, NUNCA
apareceu nenhum representante
dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de
conforto ou indicar-me quais "os meus direitos".
Para terminar, ainda como mãe, peço por favor: Façam circular este
manifesto ! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de
valores que assola Portugal e não só ...
Direitos
humanos só deveriam ser para "humanos direitos" !!!
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