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19 Nov 2012 05:53 PM PST
Após a Copa da África do Sul, cinco dos dez estádios construídos para a competição são hoje mantidos integralmente graças ao dinheiro público, não conseguem atrair eventos suficientes nem sequer para cobrir seus custos de manutenção e já se calcula que, em alguns casos, custaria menos demoli-los do que pagar por sua manutenção na próxima década.
Os dados foram coletados pelo sul-africano Eddie Cottle, especialista que por meses estudou a situação dos estádios do país e, com dados oficiais dos governos das províncias, revela que o contribuinte ainda paga pela manutenção desses elefantes brancos. "Esse é o legado da Copa que ninguém ousa falar'', declarou Cottle ao Estado. Segundo ele, entre 2003 e 2010, o orçamento público previsto pelo governo para o Mundial aumentou em 1.709%, para um total de US$ 4,8 bilhões (cerca de R$ 8,8 bilhões) apenas para as obras dos estádios e infraestrutura. "Mas o que ninguém se deu conta é que, mesmo depois da Copa terminada, os gastos continuaram'', declarou. Para ele, essa conta também precisará ser feita no Brasil. Segundo o levantamento de Cottle, o Estádio Moses Mabhida, em Durban, ainda não conseguiu terminar uma temporada sem que a prefeitura não tivesse de intervir e resgatar os administradores do local de suas dívidas.
Na Cidade do Cabo, o Green Point exige a cada ano US$ 5,6 milhões (R$ 10,2 milhões) da prefeitura para que possa ser mantido, mesmo com a organização de jogos e shows no local. Tanto Durban quanto a Cidade do Cabo já pediram ajuda ao governo federal para permitir que essas dívidas sejam compartilhadas com a administração central do país.
Em Porto Elizabeth, o custo anual de manutenção chega a US$ 8,1 milhões (R$ 14,8 milhões), arcado pelo poder público. Para fazer frente às dívidas, o governo local anunciou no final de 2011 que estava reduzindo gastos de outras áreas em US$ 99 milhões (R$ 181,5 milhões). O Peter Mokaba, em Polokwane, e o Mbombela, em Nelspruit, são os outros elefantes brancos que a Copa deixou. Os custos para manter as 5 arenas são tão altos que estudos mostram que demoli-las seria mais econômico. "Só não farão isso agora porque o custo político seria gigante. Mas, economicamente, sabem que é o que faz sentido e acredito que, em alguns anos, vamos ver essa proposta seriamente debatida'', declarou Cottle. “É uma irresponsabilidade um país que não tem recursos para oferecer saúde, educação e segurança de qualidade à sua população, se dedicar a realizar um evento dispendioso como a Copa do Mundo”, ressaltou Mendonça. O parlamentar sergipano disse que a cidade de Roma, na Itália, país rico do 1° mundo, está renunciando a sua candidatura para sediar a Olimpíada 2020, por entender que o País atravessa uma série de crise econômica. “O Brasil que está situado no 84º lugar no mundo no ranking de desenvolvimento humano; que tem uma educação pessimamente avaliada; sem assistência à saúde; e é um dos países mais violentos do planeta, onde no período de um ano se morre mais gente do que números resultantes de qualquer guerra que aconteceu até a presente data no planeta.O Brasil deveria seguir o exemplo da Itália”, acrescentou Prado. Segundo o democrata, é preciso ter a consciência que os investimentos na construção de estádios de futebol, cujos valores são vultosos, não serão sequer comparados com as atuações dos clubes locais nos respectivos campeonatos estaduais. “Essas despesas públicas não representam a verdadeira prioridade do País. Esse dinheiro deveria ser direcionado para melhorar as condições dos hospitais públicos, dos estabelecimentos de ensino, e também da segurança pública. Está havendo uma inversão de valores. Em vez de investirmos no desenvolvimento sócio-econômico, nós estamos investindo em algo supérfluo retirando da população direitos e garantias que são fundamentais”, finalizou Mendonça Prado. Se, por um lado, a situação do Rio de Janeiro é emblemática, devido aos preparativos também para as Olimpíadas de 2016, por outro, osComitês Populares da Copa já estão articulados e ativos em todas as doze capitais que terão jogos em 2014, o que faz desta movimentação a primeira experiência de uma articulação nacional organizada para o questionamento das formas como a Copa é imposta à sociedade. Em São Paulo, por exemplo, centenas de pessoas se mobilizaram em Itaquera, onde a construção de um novo estádio promete sugar dinheiro público e remover as famílias que estiverem no caminho. Sob a arbitragem suprema da FIFA, a articulação de jogadas dos governos, e os muitos tentosilegais de grandes empresas, está mais que claro que é o povo quem segue tomando balão. É um absurdo! Será que realmente existirá uma renda que virá em benefício da população, ou será uma repetição do fracasso ocorrido na copa do mundo na África?
Devido aos interesses dos banqueiros e empresários, a mídia omite as consequências desastrosas que isso poderá desencadear, pois, ao contrário do que todos pensam, além das dívidas que estão sendo geradas nos cofres públicos com a construção desses "coliseus de Roma", o preço de todos os produtos sem dúvida alguma irão decolar. Você já imaginou quanto será um prato de arroz e feijão que você come em seu prato? Será isso mais uma emboscada midiática para o consumismo excessivo e endividamento dos cofres públicos e da sociedade? Podemos acreditar por exemplo que a nossa saúde, transporte, educação e segurança irão melhorar após o aumento ainda mais dos juros e da dívida pública? Será que os banqueiros e empresários se importariam com os preços abusivos e elevados que em conjunto facilitam o endividamento e consequente escravidão gradativa da sociedade? Devemos "deixar a tristeza pra
lá, cantar forte e cantar alto que a vida
vai melhorar"?Fontes: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,metade-das-arenas-construidas-para-a-copa-da-prejuizo-a-africa-do-sul-,860005,0.htm,
http://povodoriodejaneiro.blogspot.com.br/2012/03/mendonca-critica-os-altos-investimentos.html
e http://global.org.br/programas/comite-popular-reune-as-criticas-a-copa-do-mundo/
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terça-feira, 20 de novembro de 2012
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