domingo, 9 de dezembro de 2012




Posted: 05 Dec 2012 03:59 AM PST


O comunismo prometia aos judeus a supressão da carga dos mandamentos, do ódio da Torá, da segregação das nações.  Ele lhes tirava o peso de ser judeu.  Suprimia também, de fato, as causa permanentes da opressão.  Era uma alternativa à vida judaica que não era uma passagem ao cristianismo e ao islamismo, igualmente desprezados, e que não os protegia, porque a marca judia subsistia depois da conversão, como a história havia demonstrado.  O comunismo era então uma entrada em um mundo novo, sem no entanto haver lugar para pagar uma traição ou uma apostasia formais, porque o objetivo religioso da Torá, a paz e a justiça, era supostamente garantido e porque a comunidade poderia continuar existindo idealmente, de forma que o nome de judeu pudesse ser usado sem pudor, não implicando responsabilidade e obrigações particulares, mas simplesmente como a marca de uma origem gloriosa, pois, pela opressão, ele estava aparentado com o ‘proletariado’.  Enfim, a passagem ao comunismo – estamos tentados a dizer: o Êxodo poderia parecer a realização e a secularização, cujo élan era,  há um século, irresistível.” 

(“A infelicidade do século”, Alain Besançon, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2000, pp. 95-96)



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