A promiscuidade em todo o seu esplendor. Citação da passagem do livro “Os Donos de Portugal”: Como lesar o estado em perto de 10 milhões de euros e ainda saírem todos a ganhar, dinheiro e cargos??? Se não acredita que o descaramento chega a tanto, leia o texto, que se segue, e repare nas misturas, na inter-ajuda, na ligeireza com que se decide passar milhões dos teus impostos, para a mão dos privados. Depois dizem que Portugal está falido? Ou estará saqueado? O dinheiro anda aí está é nos locais errados, e não nos cofres do dono,- o estado português - 10 milhões naquela época,( anos 90) era muito dinheiro!!! Caramba!!! “A indemnização a António Champalimaud pelas nacionalizações começa por ser objecto de uma comissão arbitral.
O Ministério das Finanças designa um grupo
de acompanhamento integrado pelo subinspector-geral de Finanças, Assunção Dias,
na altura também presidente do
conselho fiscal da Mundial Confiança
estatal. De um valor inicial de 200 mil
contos, o grupo de acompanhamento chega à proposta de 1,6 milhões. Assunção Dias apresenta depois uma avaliação
particular, da qual exclui os outros dois membros do grupo de acompanhamento, em
que propõe 5,5 milhões. Por fim, usando o parecer de Assunção Dias, o
Secretário de Estado das Finanças, Elias da Costa (mais tarde administrador do Santander), propõe ao ministro Braga de Macedo uma
indemnização de 10 milhões, a pagar pelo
BPSM e pela Cimpor estatais. Além
disso, a Cimpor renunciava a uma dívida de 7 milhões e o BPSM desistia de três
processos judiciais em que exigia 8,6 milhões (DN, 18.03.1995).
Onze dias depois de receber este dinheiro, Champalimaud compra 51% da Mundial Confiança, mantendo Assunção Dias no conselho fiscal da seguradora agora privada. Assunção Dias acumulará esse cargo com o de chefe de gabinete do novo ministro das finanças, Eduardo Catroga, e depois com o de inspector-geral de Finanças. A seguradora é vendida a um preço de favor, equivalente ao volume anual dos prémios que realiza (o valor de uma seguradora era então calculado, em média, no dobro do valor anual dos seus prémios).O ex-chefe de gabinete de Catroga, Assunção Dias é hoje presidente do Conselho fiscal dos Seguros Santander.” Fonte Para eles... É delicioso ser corrupto num país onde se dão medalhas a criminosos, e o povo aceita sereno. É tranquilizante saber que a corrupção é impune, e o povo silencioso pactua e vota. É interessante saber quanto nos custa a corrupção, e o povo desconhece a verdade. para nós.. . É aterrorizante saber que um grupo de desavergonhados possui a capacidade de destruir um país, e o povo continua a acreditar neles, e a dar-lhe o poder de nos governar. É triste saber que o país jamais terá solução porque esses desavergonhados jamais irão parar pois colocaram ao seu serviço a constituição. É assustador saber que a justiça os protege e apoia no saque, abandonando os cidadãos à sua triste sorte de indefeso. É desesperante saber que não existe justiça que nos valha... Ainda há quem diga que os governos não têm defendido os interesses do estado, quando se trata de negociar??? Afinal temos uns verdadeiros artistas no governo, especialistas, na arte de bem negociar??? "Quem acompanhe minimamente, ainda que só pela comunicação social, o que se tem vindo a passar nos inquéritos parlamentares em curso sobre as relações entre os Governos PS e PSD e alguns grupos económicos, há-de reparar que todas as grandes figuras da alta finança portuguesa, quando ouvidas pelas comissões de inquérito, se queixam amargamente dos péssimos negócios que têm feito com o Estado. Queixa-se Belmiro de Azevedo de ter de aguentar o Estado como parceiro em negócios no Brasil, queixa-se Jardim Gonçalves de ter adquirido o BPA com um buraco financeiro de 70 milhões de contos, queixa-se Abel Pinheiro de ter ficado a perder no negócio entre o Estado e o grupo Grão-Pará, queixa-se Luís Champalimaud de um prejuízo de - imagine-se - 500 milhões de contos que as nacionalizações teriam causado ao seu pai. Ficar-se-ia a saber, dando crédito a tais queixumes, que os mais ricos patrões de Portugal, que não se tornaram conhecidos propriamente por fazerem maus negócios, teriam sido ludibriados por hábeis negociadores governamentais apostados em defender os interesses do Estado. Vendo as coisas porém como elas são e não apenas em função de tais versões, ficam a descoberto realidades bem diferentes. É certo que, em ambos os inquéritos parlamentares, ainda há muito que investigar. Mas bastou a procissão ter saído do adro, para se verificarem situações como estas: O grupo SONAE, do eng. Belmiro de Azevedo, adquiriu ao actual Governo PS o controlo da Torralta, através da compra dos créditos do Estado sobre esta empresa. Comprometeu-se a investir 10 milhões de contos em 7 anos na península de Tróia (beneficiando de diversos incentivos públicos para esses investimentos) e em contrapartida adquiriu créditos públicos, cujo valor nominal ultrapassa os 32 milhões de contos, por 5,9 milhões, tendo pago até à data apenas um milhão de contos e só tendo de pagar os 4,9 milhões de contos que faltam, entre 2007 e 2022. E ainda ficou com a concessão da Zona de Jogo de Tróia em condições especialmente favoráveis. Quanto a António Champalimaud, conseguiu um acordo sui generis com o Governo PSD. O Estado português desistiu de uma acção que havia intentado no Brasil contra António Champalimaud (onde reclamava uma indemnização superior a 6 milhões de contos), desistiu de uma providência cautelar que havia instaurado e que se traduzia no arrolamento de todos os bens deste empresário no território nacional (permitindo-lhe assim concorrer à aquisição de empresas a privatizar) e ainda lhe pagou uma indemnização de 10 milhões de contos cujo fundamento ninguém sabe explicar, mas que foram muito úteis a António Champalimaud para deitar a mão ao Banco Pinto e Sottomayor. Não contente com isto, Champalimaud mantém processos contra o Estado reclamando indemnizações de valor astronómico. E ainda se queixam do Estado..." «O Militante» Nº 239 - Março / Abril - 1999
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
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