Em bem
avisei
Ainda
vamos ter que pedir desculpas à sujeita,..
Glória Araújo
"Nem sequer
tinha consciência da taxa de álcool e não acho que deva renunciar ao
mandado"
A deputada socialista Glória Araújo,
que foi apanhada, há sensivelmente um mês, a conduzir com uma taxa de 2,41 gramas de álcool
por litro de sangue, quebra o silêncio e garante, em entrevista ao jornal i,
que o “erro” que cometeu não a obriga “a renunciar ao
mandato” no Parlamento. A responsável adianta que “nem sequer tinha
consciência da taxa” que acusaria, e, colocando-se no plano de uma cidadã
comum, não percebe a ‘crucificação’ do seu acto em praça pública.
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“A análise que faço do que se passou e do erro
que cometi não me leva a concluir que isso me obrigue a renunciar ao meu
mandato ou a tomar qualquer outro tipo de atitude para além daquela que já
tomei”. As palavras pertencem à deputada do PS, Glória Araújo, cujo nome
saltou para as páginas dos jornais a partir do momento em que lhe foi detectada
uma taxa de 2,41 gramas
de álcool por litro de sangue, enquanto conduzia. “Serei julgada e, a
sentença que me for atribuída, cumpri-la-ei como qualquer outro cidadão”,
sublinha.
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A responsável assegura que se fosse hoje não voltaria
a pegar no carro, naquelas circunstâncias. E, pela primeira vez explica o que
sucedeu: “A intenção não era ir viajar àquela hora. Evidentemente que
isso não é desculpa para coisa nenhuma, tinha a consciência de que estava a
conduzir um carro, sabia que tinha consumido bebidas alcoólicas mas é evidente
que não tinha a consciência de que seria aquela taxa. No momento não tinha a
consciência de que estaria a cometer uma ilegalidade porque não teria a noção
de que seria essa a taxa de alcoolemia que poderia acusar”.
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No que diz respeito à questão do levantamento da imunidade
parlamentar, que tanta tinta fez correr, a socialista defende-se, afirmando que
“que não é preciso uma grande capacidade de raciocí-nio para perceber que
alguém que estivesse interessado em utilizar a imunidade parlamentar não se
apresentaria no dia a seguir em tribunal”. “O que entendo é que há
infracções que alguém que desempenha um cargo público comete que podem ser
impeditivas do desempenho da sua função. Esta, entendo que não. Não entendo que
o tenha feito por abuso da função que desempenho”, realça a socialista.
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Ao mesmo tempo, no entender de Glória Araújo,
“não faz sentido que um deputado seja considerado um funcionário
público”, acrescentando: “Tenho plena consciência de que cumpri escrupulosamente
aquilo que me é exigido e que está previsto no regimento da AR, que é o que
todos os outros deputados fazem e que eu própria fiz no passado e que nunca foi
contestado”. Assim, prossegue, “entendi que a questão da imunidade
parlamentar não se punha em causa, porque só deve ser aplicada a actos que
tenham directamente a ver com o desempenho das funções”.
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Glória Araújo revela que outros deputados há que já
se viram a braços com situações idênticas. “Não vou citar outros
exemplos, e muito menos nomes de outras pessoas a quem isso aconteceu, mas
tenho conhecimento de que já aconteceu a outros deputados”, adianta.
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Por outro lado, salienta a deputada, não perceber
“a curiosidade de certos meios de comunicação social em relação a
pormenores que são da absoluta reserva da vida privada”. “Compreendo
que haja, por parte de alguma sociedade, uma condenação à minha
irresponsabilidade, mas não compreendo toda a fabulação que se fez acerca da
história, não compreendo todas as mentiras que foram publicadas acerca do
assunto”, remata Glória Araújo
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