segunda-feira, 25 de março de 2013

Sócrates como comentador na RTP

Limites


O meu artigo de hoje no Diário Económico:
Há umas semanas discutia-se no Parlamento a programação da RTP e se deveria voltar a esta o TV Rural. Na altura critiquei que no órgão legislativo se discutisse uma decisão interna de um canal de televisão, ainda que estatal.
.
Utilizando o mesmíssimo critério, não assinei a petição que pede agora que o parlamento se pronuncie sobre a inclusão de um qualquer comentador na programação desse mesmo canal.
.
Mas isso não me impede de fazer um apelo aos responsáveis da RTP: tenham noção dos limites e revertam o convite. Porque a confirmar-se a entrada de Sócrates para a grelha da RTP, surge a dúvida: o que é que alguém tem que fazer para ser excluído de uma lista de possíveis comentadores da RTP? 
.
Aparentemente, levar o País à bancarrota, provocar centenas de milhares de despedimentos e outras centenas de milhares de emigrações de jovens qualificados, e fazer a economia perder uma década de crescimento e, com o saldo que deixou, talvez uma segunda, não é suficiente.
.
Nos dias de hoje, a cultura da meritocracia está fora de moda. Os heróis da juventude são pessoas de ascensão rápida e não os industriosos de outrora. 
.
A contratação de Sócrates pela empresa tutelada por Relvas leva este desvio para um nível completamente estratosférico: não há limites. Pode-se cometer a pior atrocidade que, depois de uma reforma dourada, só possível devido às tais atrocidades, haverá sempre alguém para ajudar a branquear a situação. Indústria, honestidade, fortaleza e sapiência ficam definitivamente ‘démodé’.
.
No actual xadrez político, Seguro perderá, pois terá concorrência forte na venda de ilusões e a ‘entourage’ de Sócrates terá nova força no PS – só assim se justifica a inversão de Seguro sobre a Moção de Censura em 5 dias. 
.
Inicialmente, tais movimentações no PS darão força a Passos Coelho, mas com o tempo este será obrigado a ter uma comunicação mais profissional, ou perderá para a máquina Socrática. 
.
Mas a principal mudança é a ascensão da forma sobre o conteúdo, na pior altura para isso acontecer.
Ligações úteis: Luís Bernardo sobre o mesmo tema. . P.S. A grafia é da responsabilidade deste blogue

Sem comentários: