sexta-feira, 19 de abril de 2013



OS NOSSOS POLITICOS E OS OUTROS


Comentava-se a reportagem da SIC, a comparação entre os políticos portugueses e os dinamarqueses. Sorria-se com os paralelismos e as diferenças. Criticava-se muito os gastos dos nossos, elogiava-se as frugalidades deles.
Até que alguém disse que o exemplo começava de cima. Correctíssimo, aprovação geral, mais sorrisos e anedotas.
Mas alguém continuou, dizendo que o exemplo pode partir de cima, mas também tem de ser praticado por todos nós, que o país não são os políticos, não são os outros: o país somos nós. Algumas concordâncias, mas já menos efusivas.
Até que alguém deu um exemplo concreto. Os ministros podem abdicar de motoristas, seguranças, frotas de carros de topo de gama. Mas também há quem possa deixar, tão simplesmente, de fazer telefonemas pessoais nos telefones de organismos públicos, durante o horário de expediente. Se as facturas telefónicas viessem todas detalhadas e se começasse a cortar aí, seriam, com certeza, milhares de euros que se popupava.
Silêncio um pouco embaraçoso. O desconforto pairou ainda durante algum tempo. Depois, dissipou-se. Começou-se a falar de futebol. Os sorrisos e as anedotas voltaram

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