O Financiamento da CIA ao PS: Documento Inédito
Sexta-feira, 26 de Julho de 2013
No passado dia 13 de Maio o canal de televisão holandês Nederland 2 (equivalente à nossa RTP2) emitiu uma reportagem de 29 minutos intitulada «Dinheiro Secreto Americano para os Socialistas em Portugal» («Geheim Amerikaans geld naar socialisten Portugal»). A reportagem foi preparada pela própria Nederland 2, para a sua série de programas históricos «Outros Tempos» («Andere Tijden»: http://www.nederland2.nl/programmas/642-andere-tijden/uitzending/44643?missed=true).
A reportagem (em
holandês, com entrevistas noutras línguas) apresenta testemunhos em
primeira-mão dos que, no início de 1975, estiveram envolvidos na cadeia
de financiamento do PS com dinheiros da CIA.
Os entrevistados são: Mário Soares (dialoga em francês); Harry van den Bergh, o «correio» clandestino, membro do PvdA, Partido do Trabalho holandês, homólogo do PS; Hans-Eberhard Dingels, secretário de estado do governo SPD (o homólogo alemão do PS) da Alemanha da época, encabeçado por Willy Brandt (dialoga em alemão); Arthur Hartman, secretário assistente de estado dos EUA para a Europa e Canadá, durante o governo de Gerald Ford e do tristemente famoso secretário de estado Henry Kissinger, o homem que deu luz verde à ocupação de Timor-Leste pela Indonésia (dialoga em inglês); José Rentes de Carvalho, escritor residente na Holanda, que fornece ao público holandês esclarecimentos sobre a revolução dos cravos.
Os entrevistados são: Mário Soares (dialoga em francês); Harry van den Bergh, o «correio» clandestino, membro do PvdA, Partido do Trabalho holandês, homólogo do PS; Hans-Eberhard Dingels, secretário de estado do governo SPD (o homólogo alemão do PS) da Alemanha da época, encabeçado por Willy Brandt (dialoga em alemão); Arthur Hartman, secretário assistente de estado dos EUA para a Europa e Canadá, durante o governo de Gerald Ford e do tristemente famoso secretário de estado Henry Kissinger, o homem que deu luz verde à ocupação de Timor-Leste pela Indonésia (dialoga em inglês); José Rentes de Carvalho, escritor residente na Holanda, que fornece ao público holandês esclarecimentos sobre a revolução dos cravos.
* * *
Antes de passarmos à reportagem vale a pena lembrar o que já era conhecido na altura dos acontecimentos, em Março de 1975.
Logo após o 25 de Abril de 1974, Mário Soares, como ministro dos negócios estrangeiros do 1.º governo provisório, efectua um périplo pela Europa no sentido de granjear apoios para o novo Portugal saído da revolução. A 4 de Maio visitou Willy Brandt que promete o apoio de Bona. Iremos ver na reportagem que, afinal, o «apoio de Bona» não era só (ou propriamente) para Portugal.
A 3 de Março de 1975,
poucos dias antes do golpe contra-revolucionário de Spínola do 11 de
Março, a revista Extra de Berlim Ocidental publica um artigo com o
título «CIA planeia golpe em Portugal antes do fim de Março» ([1]).
O artigo afirmava (ênfase nosso): «O segundo factor da política da
República Federal Alemã […] seria o interesse num regime "livre de
comunismo" para Lisboa. Neste aspecto, o SPD desempenha um papel
importantíssimo, ao lado do Partido Socialista Português, chefiado por
Mário Soares (como se sabe, a
fundação do PS e a nomeação de Mário Soares para seu presidente
realizou-se na Alemanha Federal, durante o seu exílio, com o apoio da
Fundação Friedrich-Ebert do SPD [2-3])».
Quanto ao "livre de comunismo" deve ler-se sem os atributos de um desenvolvimento económico soberano e a favor do povo, conforme constava das teses aprovadas no 3.º Congresso da Oposição Democrática (Aveiro, 4 a 8 de Abril de 1973) e se plasmava no programa do MFA: política anti-monopolista, direitos dos trabalhadores, controlo económico, reforma agrária, etc. Quanto à Fundação Friedrich-Ebert do SPD, veremos adiante o seu papel e as suas ligações.
Continuava o artigo da Extra (ênfases nossos): «Entretanto, porém, o ministério dos negócios estrangeiros e o grupo de políticos do SPD encarregados dos assuntos externos […] lançaram-se já na tarefa de encaminharem as eleições de Abril para um rumo do seu interesse. Objectivo: impedir que os socialistas portugueses se unam aos comunistas. Este objectivo deverá ser conseguido através de um pesado apoio financeiro da República Federal e dos Estados Unidos, destinado sobretudo à ala direita do partido de Mário Soares. Uma das pessoas de confiança do lado português é o secretário de Estado das Finanças, Constâncio.
O SPD prometeu já à ala direita do Partido Socialista a quantia do 90.000 marcos (aproximadamente 900 contos) […]». Mais à frente o artigo da Extra refere que «Bruno Friedrich [porta-voz do SPD] terá aconselhado Soares a proceder com mais flexibilidade para com a ala esquerda do seu partido». Isto é, o SPD não tinha dúvidas sobre quem encabeçava a ala direita do PS, apesar da afirmação bombástica de Mário Soares no Congresso do PS a 14 de Dezembro de 1974: «O nosso objectivo final é a destruição do capitalismo» (Jornal de Notícias).
Dizia ainda o artigo: «No que respeita às actividades e planos da CIA, a sua aspiração máxima é a guerra civil (já considerada por Soares como “possível”, ao apontar os comunistas como culpados de provocações ultra-esquerdistas, [provocações essas] possivelmente da autoria da CIA). […]
Data marcada para esta operação da CIA: "ainda antes do fim de Março".». Isto é, já antes do golpe contra-revolucionário do 25 de Novembro de 1975 o modus operandi de usar o pretexto CIAtico da provocação ultra-esquerdista era avançado. A Extra também deixava claramente entender que o golpe teria o apoio do PS.
Dizia ainda a Extra «[…] o
embaixador norte-americano em Lisboa, o agente da CIA Frank Carlucci,
assumiu a condução das operações para um golpe de Estado planeado pela
CIA».
Em 5 de Março de 1975 Carlucci afirmava que «nunca trabalhei nem trabalho para a CIA» (Jornal de Notícias). Era uma despudorada mentira, mais tarde oficialmente desmentida. Era também noticiado que os embaixadores europeus, nomeadamente o alemão, consideravam fantasiosas as notícias de um golpe previsto para Portugal envolvendo a CIA e a ala direita do PS. Divulgadas também as afirmações de Jaime Gama de que as «notícias são completamente falsas e inserem-se numa campanha anti-socialista que arrancou há algum tempo». Mas os acontecimentos e documentos posteriores vieram demonstrar inequivocamente que o que transpirou na época sobre o «golpe» não era nem fantasioso nem falso.
* *
Voltemos à reportagem. O
repórter, num preâmbulo do programa, apresenta Harry van den Bergh (em
1974 um jovem membro do PvdA holandês), como o peão de uma operação clandestina de financiamento,
financiamento esse que refere como «a ponta do iceberg» de uma operação
«de poder da grande política a nível internacional». Num breve recorte
do preâmbulo, Van den Bergh afirma que foi contactado expressamente, a
pedido de Willy Brandt, «o grande homem da Europa», para levar dinheiro
clandestinamente para os «camaradas» socialistas em Portugal, o que
aceitou. A ideia que é sugerida, e repetida ao longo do programa, é a de
que van den Bergh foi escolhido por ser considerado perito neste tipo
de operações.
Antes do tema central da reportagem é feita uma breve introdução sobre a revolução do 25 de Abril, pelo repórter e por José Rentes de Carvalho. São também mostradas imagens do périplo que Mário Soares efectuou pela Europa (Londres, Amsterdão, Bona) no início de Maio de 1974, como Ministro dos Negócios Estrangeiros do 1.º governo provisório (que referimos acima).
Aparece então Mário Soares na reportagem para dizer o seguinte: «Comecei por Londres, de Londres fui à Holanda, den Uyl, e daí fui a Willy Brandt. Falei com Willy Brandt. Toda a gente reconhecer [sic] a legitimidade da revolução». Note-se que Soares não diz «toda a gente apoiou a revolução» ou «toda a gente compreendeu a revolução».
O «Toda a gente reconhecer a legitimidade da revolução» é pronunciado com ênfase por Soares, em tom demonstrativo e gratificante. Para Soares, aparentemente, a legitimidade da revolução não procedia do povo; havia que a procurar nas potências estrangeiras. (Oh Londres, Amsterdão e Bona: permitis ou não que o povo português se revolte?) Havia que obter dessas mesmas potências o gratificante «reconhecimento da legitimidade» e tinha sido essa a tarefa que tinha ido cumprir como ministro dos negócios estrangeiros em trânsito pela Europa dos poderosos. . Quase se tem a sensação que Soares lhes disse qualquer coisa como «Os meus compatriotas fizeram umas traquinices; vocês desculpem lá isso e reconheçam a revolução.» e regressou todo contente porque os poderosos tinham reconhecido, dado o aval, à revolução. Que seria do povo português se Londres, Amsterdão e Bona não reconhecessem a legitimidade da revolução? Bem, se calhar havia que rebobinar a fita, voltar com tudo para trás, recolher o MFA aos quartéis e colocar Marcelo no Poder. .
Mário Soares prossegue
assim: «Eles ajudaram-nos. Por exemplo, os alemães que nos ajudaram
enormemente.». Nesta precisa altura o ouvinte da reportagem ainda pode
pensar que Soares, nas funções de ministro dos negócios estrangeiros,
informa sobre a ajuda que obteve para a revolução portuguesa, para o
povo português. Infelizmente não é assim.
.
De facto, Soares prossegue
desta forma: «Eles [os alemães] ajudaram-nos a obter uma sede. Deram-nos
dinheiro para… porque nós tínhamos necessidade de um jornal… de
transformar um pequeno jornal num grande jornal socialista, etc., etc.».
Soares, portanto, confessa que se esqueceu que estava no estrangeiro
como representante oficial de Portugal. Esqueceu-se do povo português
mas não se esqueceu que era chefe do PS. Isto é, usou o dinheiro dos
contribuintes e abusou da sua confiança, colocando-os (o dinheiro e a
confiança) ao serviço de fins meramente partidários.
Depois desta introdução, a reportagem entra, então, no âmago da questão.
O secretário de estado do
governo de Willy Brandt, Hans-Eberhard Dingels, refere que o SPD achou
que devia ajudar o mais possível os socialistas. Van den Bergh confirma:
«Willy Brandt [disse]: devemos ajudar os nossos camaradas (genossen)».
Dingels achou que a
pessoa para levar o dinheiro deveria ser Harry van den Bergh. Este
concordou; recebeu um telefonema de Bona a dizer onde devia levantar o
dinheiro. Levantou-o num banco discreto da Holanda: o Nederlandsche Middenstandsbank, em Amstelstraat,
Amsterdão. Não enviaram o dinheiro directamente para Portugal
alegadamente e segundo Dingels, porque a lei portuguesa não permitia
enviar dinheiro para partidos como o socialista. De facto, não existia
tal lei na altura nem foi essa a razão, como logo a seguir Dingels se
descai a dizer: «era para que as autoridades [portuguesas] não
soubessem.».
Van den Bergh foi
esperado no aeroporto por «amigos» e posto no Hotel Ritz. Fizeram isso
seis a sete vezes. Revela ainda van den Bergh que, nas últimas duas
entregas, receando dificuldades, contactou o ministro dos negócios
estrangeiros da Holanda (Max van der Stoel, também do PvdA) o qual
conferiu a van den Bergh o cargo oficial de correio do Ministério,
assegurando-lhe, portanto, imunidade diplomática. Na reportagem não fica
esclarecido quem em Portugal recebe o dinheiro e quais as datas das
entregas. Quanto a este último ponto deduz-se, porém, conjugando as
várias informações da reportagem, que se trata do período em torno de
Março de 1975, a que se reporta também o artigo da Extra acima referido.
Tendo o repórter
perguntado a Dingels sobre a origem do dinheiro, obtém a resposta de que
«só ele [Dingels] e muito poucos do SPD sabiam da origem do dinheiro»
porque «o silêncio é de ouro». Quando interrogado sobre se mais alguém
fez o que fizeram os do SPD, diz Dingels: «os ingleses… os suecos…, num
total de 7 ou 8 pessoas ["correios"]». Dingels recusa-se a dizer o total
de dinheiro enviado. Van den Bergh estima o total em mais de 800 mil
euros o que nos parece uma estimativa aceitável tendo em conta os 90.000
marcos que a revista Extra divulgava (ver acima; [4]).
Qual a origem do dinheiro? Hans-Eberhard Dingels, secretário de estado do governo de Willy Brandt, escusa-se a responder.
A resposta é dada por
Arthur Hartman (menos tímido que Dingels), na altura secretário de
estado dos EUA. Arthur Hartman relata a oposição de Ford e Kissinger à
revolução portuguesa «dada a influência do PCP». Refere também a questão
da NATO (van den Bergh diz que a NATO considerava expulsar Portugal do
seu seio).
Hartman diz que o Grupo
de Berlim (Alemanha, Inglaterra, França, EUA), analisando o que se
passava em Portugal, concluiu que tinha de pôr Mário Soares no poder.
Diz ainda que usaram o «canal alemão» para fornecer «fundos e
equipamento» a «Mário Soares e ao Partido Socialista». Refere que «os
alemães já tinham experiência de como ajudar financeiramente outros
partidos socialistas, através da Fundação Friedrich Ebert» ([2-3]). Os
EUA limitaram-se a fornecer o dinheiro através dessa fundação.
Hartman diz que não sabe
concretamente de «que bolso» concreto saiu o dinheiro, mas que «está bem
convencido de que foi dinheiro da CIA que foi enviado através deles
[Fundação Friedrich Ebert]». O percurso do financiamento ao PS foi,
portanto: CIA à Alemanha (Fundação Friedrich Ebert) à
Holanda. Perante esta revelação diz van den Bergh com cara de
convencido: «pode muito bem ter sido»; acrescenta ainda que não tem
nenhum problema em ser correio de dinheiro da CIA, embora diga que não
foi agente da CIA…
.
Perguntado a Hartman quantas pessoas sabiam do
financiamento da CIA, diz este que «na época provavelmente muito
poucas». Sobre se Soares sabia disso, a resposta de Hartman é
inequívoca: «Estou seguro que sim.
Mas nunca discuti o assunto com ele». Colocada a mesma pergunta a Mário
Soares, diz este: «Como podia eu saber? Eu não sou polícia, monsieur.
Não sei.». Hartman, no seguimento da entrevista, justifica o segredo da
operação: tratava-se de evitar que se dissesse na Europa que os EUA
tinham usado a CIA para ajudar Soares; para não denegrir a figura de
Mário Soares [perante os portugueses e os europeus].
.
A finalizar a
reportagem um Soares nitidamente perturbado produz uma resposta ambígua e
atabalhoada, em que fundamentalmente argumenta que não podia ir
anunciar publicamente que tinha recebido dinheiro da Holanda e que se a
Holanda teve de ir buscar o dinheiro a outro lado ele não ia indagar
sobre isso.
Harry
van den Bergh, o «correio» e «socialista» holandês, que disse não ser da
CIA mas não se importar de ajudar a CIA. Como em Março de 1975, quando
levou o financiamento da CIA para o PS.
* *
Mário Soares, no
Congresso do PS a 14 de Dezembro de 1974, ainda dizia «O nosso objectivo
final é a destruição do capitalismo». Procurava, assim, como em muitas
outras vezes quer anteriores quer posteriores, ludibriar os
trabalhadores e os elementos do MFA que alinhavam pelo PS, procurando
estabilizar uma base eleitoral. Mas o objectivo de acabar com a
revolução e proceder à recuperação do capitalismo monopolista e
latifundiário já não oferecia dúvidas a muitos da cúpula do PS.
Efectivamente, o objectivo do financiamento da CIA ao PS-Mário Soares só
podia, obviamente e por definição, ser um: acabar com a revolução.
E se Soares ainda podia dizer (como ainda agora mantém) que desconhecia a origem do financiamento ao PS, o mesmo não se aplica quando, com conhecimento de causa, se aliou a Carlucci-CIA na organização do golpe contra-revolucionário do 25 de Novembro de 1975. Golpe que pôs precisamente em marcha, pela mão do PS, a recuperação do capitalismo monopolista e latifundiário e não a «destruição do capitalismo».
E se Soares ainda podia dizer (como ainda agora mantém) que desconhecia a origem do financiamento ao PS, o mesmo não se aplica quando, com conhecimento de causa, se aliou a Carlucci-CIA na organização do golpe contra-revolucionário do 25 de Novembro de 1975. Golpe que pôs precisamente em marcha, pela mão do PS, a recuperação do capitalismo monopolista e latifundiário e não a «destruição do capitalismo».
Mário
Soares e Frank Carlucci (CIA) em encontro noticiado em 10/6/2011 pelo
Jornal de Notícias. Dois amigos do coração, satisfeitos pelo seu
trabalho na preparação do golpe de 25 de Novembro. Tudo com o objectivo
da «destruição do capitalismo» em Portugal…
Notas:
[1] O artigo da Extra vem transcrito em Ruben de Carvalho, Dossier Carlucci CIA, Edições Avante!, 1978. Livro imprescindível para a compreensão da história da contra-revolução em Portugal.
[2]
Friedrich Ebert foi Presidente da chanada República de Weimar de 1919 a
1925. Tornou-se tristemente famoso por, enquanto representante da ala
direita do SPD, ter perseguido duramente todos que se situavam à
esquerda do SPD, terminando com o entendimento do SPD com o Partido
Social-Democrata Independente Alemão (USPD). Deu luz verde à formação de
corpos francos,
constituídos por elementos desclassificados e criminosos da Alemanha, a
quem incumbiu a tarefa de assasinar comunistas, membros do USPD e outros
elementos e intelectuais progressistas. Abriu, assim, o advento do
nazismo e a ascenão de Hitler.
[3] A
Fundação Friedrich Ebert (FES), por trás de uma fachada respeitável de
insituição que apoia por exemplo trabalhos académicos, não é mais que um
dos suportes da CIA na Alemanha para levar a cabo operações
clandestinas que devam surgir aos olhos da opinião pública como
democráticas e até socialistas.
É, na realidade, um dos institutos satélites do National Endowment for Democracy (NED), instituição americana ligada à CIA que se encarrega de organizar operações clandestinas que não interessa associar à CIA. A NED foi construtora do sindicato Solidariedade na Polónia e da Carta 77 na Checoslováquia.
O presidente Bush qnunciou em 2004 o reforço para o dobro do financiamento da NED (http://www.voltairenet.org/article30022.html). A FES tem sido o veículo de outras ingerências da CIA em países que pretendem construir o seu futuro independentemente e controlando soberanamente os seus recursos.
Actualmente a FES presta apoio na Venezuela aos que combatem o «chavismo» numa perspectiva pretensamente de «esquerda» (http://www.marxist.com/psuv-congress.htm). A FES também aparece associada ao NED no financiamento de operações contra-revolucionárias na Guatemala (1954), Cuba (1960), Chile (anos sessenta), etc. (http://www.pinknoiz.com/covert/ciaguatemala.html).
É, na realidade, um dos institutos satélites do National Endowment for Democracy (NED), instituição americana ligada à CIA que se encarrega de organizar operações clandestinas que não interessa associar à CIA. A NED foi construtora do sindicato Solidariedade na Polónia e da Carta 77 na Checoslováquia.
O presidente Bush qnunciou em 2004 o reforço para o dobro do financiamento da NED (http://www.voltairenet.org/article30022.html). A FES tem sido o veículo de outras ingerências da CIA em países que pretendem construir o seu futuro independentemente e controlando soberanamente os seus recursos.
Actualmente a FES presta apoio na Venezuela aos que combatem o «chavismo» numa perspectiva pretensamente de «esquerda» (http://www.marxist.com/psuv-congress.htm). A FES também aparece associada ao NED no financiamento de operações contra-revolucionárias na Guatemala (1954), Cuba (1960), Chile (anos sessenta), etc. (http://www.pinknoiz.com/covert/ciaguatemala.html).
À luz destes esclarecimentos, o facto de «a fundação do PS e a nomeação de Mário Soares para seu presidente realizou-se na Alemanha Federal, durante o seu exílio, com o apoio da Fundação Friedrich-Ebert do SPD» não deixa de ser perturbador.
[4] De
facto, pelas nossas contas, tomando em consideração a taxa de câmbio
histórica $/DM no período de 1974 a 1999, a depreciação do dólar e a
depreciação do euro, levam-nos a valores da ordem de 900 mil euros os
90.000 marcos mencionados pela Extra. Isto é, mesmo no que se refere ao
valor «prometido ao PS» pelo SPD, a Extra não se enganava
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