Não temos funcionários públicos a mais
Mesmo um economista
estúpido e medíocre acaba por perceber isto e detectar a mentira e manipulação
dos dados do governo, via Sec.Est. Helder Rosalino e a cabotina das Finanças, a
M.Luis Albuquerque e naturalmente o Passos (mais a bengala do Moedas).
Artigo de um
jornal:
O trabalho dos jornalistas não é repetir como factos as opiniões da moda. É verificar nos factos - na medida em que os factos nos podem dar respostas - a veracidade de ideias feitas.
O trabalho dos jornalistas não é repetir como factos as opiniões da moda. É verificar nos factos - na medida em que os factos nos podem dar respostas - a veracidade de ideias feitas.
E, se necessário, desmontá-las. Umas das ideias feitas mais indiscutíveis em Portugal é esta: temos funcionários públicos a mais. O peso do Estado é insuportável e é necessário reduzir o número de trabalhadores e os encargos com
eles.
E como se bem torturados os números confessam sempre o que deles
quisermos tirar, as provas desta verdade indesmentível acabam sempre por surgir.
E se eles não confessam, inventa-se.
Ainda me recordo de se dizer por aí que
os salários dos funcionários públicos correspondiam a 80% das despesas do Estado, de tal forma a mentira se tornou banal.
eneralida
Cumprindo a sua função, a RTP fez as contas às despesas do Estado. Não precisou mais do que ir aos números oficiais. Temos apenas cerca de 575 mil funcionários públicos. Menos do que isto, só em 1991. Chegaram a ser quase 750 mil. Desde então não parou de descer.
Sem que, no entanto, tenha
havido um despedimento coletivo. Ou seja, ao contrário do que reza a lenda, Passos Coelho não chegou ao governo e encontrou um Estado que não
parava de engordar.
Encontrou muito menos funcionários públicos do que cinco ou
seis anos antes. Encontrou um Estado que estava a emagrecer há algum tempo."
Pela mão do despesista
Sócrates". Que, com exceção daquele aumento em ano de eleições, não se
pode dizer que tenha tratado os funcionários públicos bem.
Os funcionários públicos representavam, em 2008 (quando eram mais do que hoje), 12,1% da população ativa. A média dos 32 países da OCDE é de 15%. A Dinamarca e a Noruega aproximam-se dos 30%. Abaixo de nós está, para estragar a dimensão europeia deste mito, a Grécia.
Mesmo assim é insustentável. Porque nós não produzimos a riqueza dos
dinamarqueses ou da gde dos europeus. O que não é exacto.
Bem, o
peso dos vencimentos dos funcionários públicos, em Portugal, em relação à
riqueza
produzida é inferior à média da UE e da zona euro. 10,5% em Portugal,
10,6% na zona euro, 10,8% na União Europeia, mais de 18% em países como a
Dinamarca ou a Noruega.
.
Repito: estamos a falar de percentagens
relativas ao PIB. Ou seja, dizer que os outros têm mais capacidade para comportar esta despesa não faz qualquer sentido.
Esta
é uma das coisas que mais me perturba nesta crise: a repetição
adnauseam de verdades absolutas que os números e os factos desmentem.
Não, o peso do Estado português, ou pelo menos os custos com os seus funcionários, não é incomportável para a riqueza que produzimos..
Não, o peso do Estado português, ou pelo menos os custos com os seus funcionários, não é incomportável para a riqueza que produzimos..
Haverá
racionalidade a acrescentar à gestão de pessoal do Estado. Haverá
desperdício. Mas nem há funcionários públicos a mais nem eles ganham
acima do que a nossa produção de riqueza comporta.
Os
nossos problemas, no Estado, no privado e na nossa integração europeia,
são outros. Os funcionários públicos são apenas o bode expiatório de
políticos
incapazes de enfrentar os atrasos estruturais do País.
E um saco de pancada para quem aposta em virar trabalhadores do privado contra
trabalhadores do público para assim não pôr em causa os verdadeiros privilégios instalados.
In expresso.sapo.pt de 12-09-13.
"Vivo numa sociedade que anseia pela verdade mas que odeia aqueles que a dizem"
P.S: - A grafia é da responsabilidade deste blogue
In expresso.sapo.pt de 12-09-13.
"Vivo numa sociedade que anseia pela verdade mas que odeia aqueles que a dizem"
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