Suposta espionagem dos EUA tem motivação econômica, diz Dilma em nota
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Após novas denúncias envolvendo Petrobras, presidente promete medidas para proteger país, governo e empresas
A presidente Dilma Rousseff
afirmou nesta segunda-feira (9), por meio de nota, que, caso sejam comprovadas, as denúncias de espionagem americana a Petrobras
evidenciam que o monitoramento dos EUA visam atender interesses
econômicos e estratégicos e não somente a segurança nacional e o combate
ao terrorismo.
Reunião com Rice:
Chanceler brasileiro viaja aos EUA para ouvir explicações
Crise:
Após denúncias, Senado brasileiro pedirá à Rússia para visitar Snowden
Denúncias:
Após Dilma, Petrobras teria sido alvo de espionagem dos EUA
"Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à
segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de
petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro", afirmou a
presidente.
Dilma garantiu também que o governo brasileiro obterá
esclarecimentos do governo do presidente Barack Obama sobre todas as
supostas violações e exigirá medidas concretas. "De nossa parte,
tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas
empresas", acrescentou.Resposta: Abin cria sistema para proteger dados contra espionagem
Semana passada: Presidente Dilma foi alvo de espionagem dos EUA, diz TV
No domingo, a TV Globo fez uma nova denúncia envolvendo a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, sigla em inglês), afirmando que a agência espionou a Petrobras. A reportagem foi realizada com base em documentos fornecidos por Edward Snowden , ex-funcionário terceirizado da NSA.
O programa exibiu slides de uma apresentação da NSA, com data de maio de 2012, que teria sido usada para treinar novos agentes a espionar redes privadas de computadores. Além da Petrobras, o Google teria sido alvo da ação da NSA.
Após denúncias: Obama diz que trabalhará com Dilma para aliviar tensões
Dilma: Obama prometeu resposta sobre espionagem ao Brasil até quarta
Em meio às denúncias, o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, vai se reunir entre quarta e quinta-feira com a conselheira de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice, em Washington, com o objetivo de cobrar as explicações prometidas por Obama sobre as denúncias de espionagem a presidente Dilma, empresas e assessores brasileiros.
Na semana passada, em São Petersburgo, na Rússia, durante a cúpula do G20, Dilma e Obama conversaram sobre o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem a presidente. Segundo ela, Obama prometeu responder às perguntas encaminhadas pelo governo do Brasil . De acordo com a presidente, se for necessário voltrá a conversar com Obama.
Brasil: Leia todas as notícias sobre a espionagem no País
“O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema”, disse a presidenta, na ocasião.
“O que pedi foi o seguinte: 'acho muito complicado ficar sabendo dessas coisas pelo jornal. Eu quero saber: tem ou não tem? Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo o que há em relação ao Brasil. Tudo, tudinho, em inglês: 'Everything'”.
Confira a nota oficial na íntegra:
Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência.
Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.
Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos.
Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos.
Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
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