segunda-feira, 21 de outubro de 2013


Posted: 20 Oct 2013 04:48 AM PDT
Já não há móveis para vender nas lojas. Querem despedir cerca de 300 funcionários. No entanto, o negócio da Moviflor no estrangeiro está de boa saúde, dizem as nossas fontes.
Muitos funcionários da Moviflor encontram-se com trabalho suspenso devido ao não pagamento dos salários. Os que ainda trabalham, estão a receber 10% do salário de Junho.
Esta situação tem-se arrastado há meses. O Tugaleaks em Janeiro de 2013 tinha já avançado que os subsídios de Natal e alguns vencimentos estavam em falta. Mas, a situação piorou-se e a empresa encontra-se agora em Processo Especial de Revitalização (PER).

Segundo um comunicado da Moviflor em Maio, o PER “tem como objectivo fundamental a recuperação financeira da empresa e, consequentemente, a manutenção de centenas de postos de trabalho e a continuidade do contributo para a indústria nacional”.
No mesmo comunicado, a Moviflor explica que este processo “não abrange os mercados de Angola e Moçambique, onde o negócio é autónomo”.




Lojas sem material para vender

Segundo uma das nossas fontes, o cenário é diferente do comunicado, eles “ameaçaram” as pessoas para assinarem um “acordo” – pagam até 75% da indemnização em 12 prestações (quais as garantias de pagamento?) – abdicando de todos os valores em falta. Ou seja, preparam-se para despedir cerca de 300 colaboradores e encerrar diversas lojas”. Isto foi feito antes da Moviflor recorrer ao PER.
Ainda sobre as condições actuais das lojas e fornecedores, a mesma fonte afirma que os fornecedores não enviam material há meio ano, e a Pikolin, conhecida marca de colchões, recusa-se a enviar mais material mesmo que a dívida actual que a Moviflor tem seja paga.
Actualmente estima-se que a Moviflor deva 147 milhões de Euros


Documento interno da empresa revelado

O documento abaixo foi entregue no início do mês aos trabalhadores. Ao “lado”, vinha a ameaça de quem não rescindir desta forma, que iria haver demora nos pagamentos.
Dia 23/10 é a data limite para o administrador de insolvência enviar ao tribunal o seu parecer sobre o PER que já terá de estar discutido e aprovado pela quota necessária se credores para o efeito; entretanto e até à data de hoje os trabalhadores desconhecem por completo o teor final do plano e se já foi discutido e aprovado.

Já para José Monteiro, da direcção do CESP, “as nossas expectativas sobre o que pode acontecer no dia 23 de Outubro, não são altas, antes pelo contrário. As empresas quando recorrem ao PER já estão numa situação de grande dificuldade, e por isso, na sua maioria, vão para a insolvência. Por outro lado, os contornos que têm envolvido este processo da Moviflor causa-nos muitas dúvidas“ embora indique, por outro lado, que “não temos conhecimento que tenham havido ameaças aos trabalhadores para aceitarem as condições que a empresa impõe”.

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