segunda-feira, 4 de julho de 2011

Professor que enviava pornografia a alunas continua a dar aulas

«Foi um caso pontual. Eu não sou nenhum pedófilo», afirmou o homem ao JN

Por: Redacção / CLF | 4- 7- 2011 10: 9

Um professor de Educação Visual (EVT) suspeito de abusar sexualmente de três alunas menores continua a dar aulas na mesma escola de Seia onde, há um ano, terá enviado vídeos pornográficos a raparigas, de 12 e 13 anos.

«Foi um caso pontual. Eu não sou nenhum pedófilo», afirmou o professor ao Jornal de Notícias quando confrontado com os factos. Apesar de confessar que as alunas em causa lhe «despertaram interesse», garante que «tirando os vídeos, nunca houve mais nada».

O Agrupamento de Escolas Guilherme Correia de Carvalho, onde o homem lecciona, confirmou já à Lusa que o professor de 54 anos está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ) da Guarda.

«Não houve abuso sexual das menores. O que eu sei é que houve trocas de emails entre as alunas e o professor, mas isso está a ser investigado por quem de direito. A PJ e o tribunal estão a tratar do assunto», declarou o presidente do Agrupamento de Escolas, João Viveiro.

Sobre a continuidade do professor no activo, o responsável pelas escolas declarou, ainda: «A partir do momento em que o tribunal e a PJ estão a investigar, eu não posso suspender por suspender. Quero ver se o tribunal ou a PJ me diz alguma coisa».

Na sequência das diligências, dois computadores do professor foram apreendidos. Num deles constaria material de índole pornográfica como o que o docente terá alegadamente enviado às três alunas menores no ano lectivo de 2009/2010.

João Viveiro adiantou que, ao ter conhecimento das primeiras suspeitas, notificou o professor para que entregasse o equipamento informático na escola e proibiu-o de ter acesso à Internet «através da escola».

A coordenadora da direcção distrital da Guarda do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), Sofia Monteiro, afirmou à Lusa que em casos desta natureza os processos de investigação devem ser céleres.

«Havendo suspeita, os processos devem ser processados o mais rápido possível, porque são matérias muito sensíveis e ganham todos. Se for verdade, ganham os alunos e se não for, ganha o professor, porque a suspeita é sempre prejudicial», declarou.

Segundo a dirigente, «é fundamental a rapidez nestes casos, para se chegar ao apuramento da verdade no mais curto espaço de tempo», considerando que as direcções das escolas «têm responsabilidade de saber avaliar até que ponto as suspeitas têm fundamento e agir de acordo».

No entanto, ressalvou que, no caso em apreço, «se a escola que lida diariamente com os alunos e com o professor não encontrou fundamento para essas suspeitas, não tinha como despoletar um inquérito de averiguações»

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