terça-feira, 9 de agosto de 2011

Vaga de assaltos leva agricultores a pedirem polícias nos campos

Inserido em 09-08-2011 11:20


Além dos furtos de cobre, que geram prejuízos avultados pelos danos que provocam, há um número crescente de roubo de gado, de culturas. Há agricultores a organizarem-se para vigiarem os campos.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considera que os furtos nos campos agrícolas estão a assumir uma dimensão preocupante e pediu uma reunião ao ministro da Administração Interna para exigir patrulhamento.

Além dos furtos de cobre, que geram prejuízos avultados pelos danos que provocam, há um número crescente de roubo de gado, de culturas e até relatos de plantas novas de oliveira e vinha arrancadas numa só noite.

João Machado, presidente da CAP, disse à agência Lusa que espera reunir-se com o ministro Miguel Macedo ainda este mês porque "há questões de matéria urgente e de vida ou morte", já que há agricultores a perderem a capacidade de voltar a produzir, com risco de "desaparecimento do tecido produtivo".

Sublinhando que os furtos que se têm vindo a registar nos campos exigem uma "logística" por parte dos assaltantes - num dos assaltos a um barracão foram levadas num camião todas as alfaias agrícolas, que tiveram que ser levantadas com uma grua, exemplifica."Queremos maior fiscalização, uma maior presença de forças, sejam da GNR sejam militares, na rua, e sobretudo durante a noite", afirmou.

Agricultores deixam de dormir para vigiar
Para João Machado, a situação, que já relatou ao primeiro-ministro na reunião da Concertação Social, "é muito grave" e "se não houver segurança (esta actividade económica) vai desaparecer", porque não são situações esporádicas.

"Andam os agricultores o ano inteiro para colher o que cultivaram e quando vão para colher não está lá? Ouvimos relatos todos os dias, o que é grave. Alguma coisa vai ter que ser feita", frisou, advertindo que é preciso evitar "que se chegue às milícias populares".

Segundo disse, já há agricultores a organizarem-se para vigiarem as suas culturas e o gado e, no seu entender, não se pode chegar ao ponto de se ter de ir dormir "de espingardas" para o campo.

"Há uma ameaça interna à segurança dos cidadãos", disse, sublinhando que se a GNR não tem os meios necessários então que se recorra à ajuda do Exército, já que a sensação actual é de "impunidade total".

João Machado admitiu a possibilidade de os juristas da confederação estudarem uma proposta de alteração à lei actual, que, segundo os produtores, não é suficientemente pesada quando se consegue que os assaltantes cheguem a julgamento.






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