Em dois meses, houve menos 26 mil operações. Ministério admite que o fim do pagamento de horas extras levou a esta situação.
O número de doentes à espera de cirurgia está a aumentar em vários hospitais, na sequência da redução de operações, que estão a cair desde 2010, avança hoje o 'DN'. Um dos motivos para esta queda é o desinvestimento no programa de cirurgias adicionais, que são pagas por acto a toda a equipa que as faz, e que, apesar de custarem menos do que as horas extras, fizeram subir bastante os custos dos hospitais.
Numa altura em que os orçamentos destes foram cortados, houve limitações à contratação de profissionais e baixou o número de horas extras permitidas, unidades como o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Lisboa Central e o Hospital de Faro admitem ter anulado estas despesas, levando à subida de utentes em lista de espera.
O Ministério da Saúde admite que o decréscimo das cirurgias é uma "opção das instituições face aos constrangimentos orçamentais".
Certo é que os cortes nas horas extras nos hospitais não vêm de agora. Começaram em 5% com a ministra Ana Jorge, em 2010, e prolongaram-se este ano, mas para o dobro, para que em 2012 se atingisse o corte de 20%. Valores altamente contestados por porem em risco a prestação de cuidados médicos, dizem os sindicatos ou a Ordem dos Médicos.
Os profissionais da saúde já anunciaram que a partir do dia 2 de Janeiro não farão uma única hora extraordinária, nem sequer as 12 a que actualmente são obrigados. Isto depois de o Governo ter decidido cortar em 50% no pagamento por hora.
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