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29 Dec 2012 04:48 PM PST
A situação em Portugal
Hoje, temos mais de 19% da população com mais
de 65 anos de idade, e mais de 40 000 idosos não têm capacidade financeira para
comprar alimentos.
Cerca de 38% dos idosos portugueses vivem com a
família, mas cada vez mais são abandonados em hospitais nos momentos de férias,
por incomodarem, porque são um fardo, e assim ficam afastados, escondidos,
entregues às instituições.
Só no ano passado, a PSP registou cerca de 3
000 casos de idosos encontrados mortos em casa, abandonados, sem que ninguém se
preocupa-se com as suas vidas. Na "operação Censos Sénior", a GNR identificou 23
000 casos de idosos a viverem isolados.
Os idosos, além do isolamento, têm problemas
dentários (35%), dificuldades económicas (24%), falta de apetite (13%) e falta
de medicamentos (12%). 40 000 idosos deixarem de poder comprar o passe de 3ª
idade, com 50% de desconto, por falta de dinheiro, esse facto, de não se poderem
deslocar a um preço acessível, isolou-os ainda mais.
Os países "atrasados" dão o
exemplo.
Claro que nas nossas sociedades ocidentais,
qualquer miúdo de 12 ou 14 anos "sabe" mais que qualquer avô, basta irem à
internet, têm lá tudo, excepto a vivência, fruto da sabedoria ancestral. Em
África ou em certos países asiáticos, os mais velhos são guardiões da herança
colectiva. A idade tornou-os uma realidade sócio-cultural, têm um papel social
específico, têm uma grande importância sobre o mundo que os rodeia e interagem
com esse mundo.
As nossas comunidades ocidentais desprezam os
idosos, não têm um lugar na nossa sociedade, incomodam, são feios, enrugados,
são um fardo, não fazem parte integrante dessa comunidade. Com a sociedade de
consumo, de imediatismo, do "eternamente jovem", as sociedades ocidentais
perderam essa mais-valia: o valor do núcleo familiar e a mais valia dos mais
velhos como parte integrante desse núcleo.
Velhice não é sinónimo de
decadência.
A idade não é sinónimo de decadência, pobreza e
doença. Esse conceito recente, só se encontra nas nossas sociedades ocidentais.
A sociedade de prazer imediato não deve desprezar valores como o envelhecimento,
cada vez mais prolongado pelos avanços tecnológicos que não acompanharam os
valores humanísticos. O envelhecimento representa apenas mais uma etapa da vida
que pode ser propício à realização e satisfação pessoal.
Os idosos podem e devem ser "fonte de
recursos", seres activos capazes de oferecer respostas criativas às mudanças
sociais, fazendo parte da relação familiar muitas vezes esquecida. Os idosos não
se podem sentir competidores sexuais em relação aos mais novos, podem e devem
ter direito a uma vida sexual plena, mesmo que vivida de uma maneira
diferente.
Actualmente os idosos são vistos como
improdutivo e portanto descartáveis, "apanhados" pelo tempo, pela decadência
física e mental, mas enquadrados numa vida familiar saudável podem manter, e
devem manter, um lugar fundamental na nossa sociedade.
Claro que o envelhecimento trás um aumento da
gordura corporal, perda da musculatura, diminuição da capacidade regenerativa
dos vários orgãos, diminuição do débito cardíaco, diminuição da capacidade
pulmonar ou diminuição do número de neurónios.
Mas os idosos podem melhorar esse declínio com
o exercício físico moderado, diminuir o declínio psicológico com a interacção
com os outros, e sobretudo serem integrados de pleno direito na vida familiar em
que estejam integrados, vivendo uma vida útil nessa mesmo família, sem usurpar
funções, mas tendo um lugar digno que compete a todos nós manter
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