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17 Feb 2013 12:15 PM PST
Enviado por José ConceiçãoCorrespondente em
PortugalColocando na Internet suas fotos pessoais com comentários
diversos, a maioria de utentes nem sequer adivinha que, involuntariamente, corre
o risco de ficar sob o controle de muitas pessoas e entidades interessadas. Uma
série de companhias especializadas em software está desenvolvendo aplicações
para vigiar a atividade de pessoas por meio de dados disponíveis em redes
sociais.
Para evitar discussões desnecessárias, tais trabalhos se efetuam
em segredo. Jornalistas do jornal britânico The Guardian publicaram materiais
dedicados ao novo programa RIOT (Rapid Information Overlay Technology), criado
pela empresa militar Raytheon. Processando e conferindo as informações
recolhidas nos sítios como Twitter, Facebook, Foursquare e outros tantos, o soft
pode reproduzir em pleno o cotidiano dos vigiados. Um observador recebe um
esquema pormenorizado das relações do indivíduo com seus colegas, companheiros e
familiares. Como aditamento, segue um mapa de deslocações com os itinerários
indicados. Em resumo, o programa RIOT é capaz de compor um retrato
psicológico-moral da pessoa, incluindo seus hábitos, qualidades e
características e atépontos fracos e motivações de comportamento.
Conforme os peritos da Raytheon, o respetivo know-how
aindanão foi vendido. No entanto, de acordo com as normas de regulação das
exportações, o programa RIOT entra na categoria "EAR99" que, na maioria dos
casos, admite o fornecimento de produtos sem licenciamento prévio.
Em
princípio, há já muito que todo o mundo se encontra vigiado, assevera em
entrevista à Voz da Rússia o perito médico Anton Korobkov-Zemlianski.
"Os
dados disponíveis na Internet e aos quais temos acesso livre podem ser
recolhidos com ajuda de sistemas de pesquisa sem falar de software específico.
Por isso, a questão que se coloca é quem é que pode estar interessado
nisso".
Os órgãos de segurança e os serviços especiais podem, mediante as
redes sociais, seguir de perto a vida das pessoas, exercendo o controle sobre a
sua atividade, frisou o diretor-geral da Agência de Tecnologias de Informação
R-Tehno (Р-Техно,sigla russa), Roman Romachev. Claro que se trata de um vigia
total, adiantou entrevistado pela emissora Voz da Rússia.
"Se você coloca
qualquer informação sobre si mesmo em redes sociais, tem que estar pronto para
os cenários em que esta informação poderá vir a ser utilizada contra você. Por
exemplo, não se recomenda disponibilizar informações sobre a família, publicar
fotos familiares e dos locais que você costuma visitar, bem como dados
referentes aos bens imóveis e aos meios de transporte".
Em opinião de
Romachev, a criação de tais programas como RIOT não passa de uma mera etapa na
evolução da chamada Teia Mundial.
De qualquer maneira, está perto a
altura em que a vigilância será praticamente total, isto é, seremos vigiados
tanto no espaço real, como virtual. Hoje em dia, nas maiores cidades e centros
industriais foram instalados, em cada esquina, webcams diversas. Nos EUA a
companhia DARPA se empenha na projeção de um complexo cibernético, capaz de
identificar potenciais criminosos no meio de grandes concentrações de pessoas.
Num banco de dados eletrônico, serão inseridos padrões de comportamento normal e
suspeito. Não se exclui a hipótese de gradual realização do enredo do filme
utópico de Steven Spielberg Minority Reportno qual uma simples intenção ou ideia
de cometer um crime pode servir de pretexto para a detenção ou a neutralização
do possível transgressor da lei.
Todavia, se acreditarmos em previsões de
peritos, nessa etapa, os cidadãos comuns não devem ter motivos para receios
desde que não tenham problemas com a justiça e não ostentem o seu luxo. Se se
comportarem bem, estarão fora do alcance de serviços secretos, ladrões
internacionais, criminosos e
terroristas.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_02_15/Mundo-inteiro-sob-a-vigia-total/
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