quinta-feira, 14 de março de 2013




Posted: 13 Mar 2013 02:32 AM PDT
O professor Hamid Shahbazkia.é acusado de ter criado tachos para “família” entrarem em Erasmus e de ameaças aos alunos. O reitor nada fez durante meses.
O caso é já falado um pouco por toda a Universidade do Algarve agora que se descobrem mais factos. A Universidade até agora não fez nada, e todas as pessoas, até o reitor, têm conhecimento da situação.



Fernando Lobo é Professor Associado na Universidade do Algarve e trabalha no Departamento de Engenharia Electrónica e Informática. É responsável por colocar a nu várias situações em que o professor Hamid Shahbazkia se coloca numa posição pouco digna para esse nome. Em e-mails “leakados”, existem relatos de ameaças a alunos estrangeiros e de famílias inteiras irem “parar” ao programa Erasmus Mundus sem as notas terem ainda saído. Quando os alunos se tornam problemáticos, a ameaça ocorre segundo os e-mails, com relatos como “He refused to sign a declaration of the work delivery and threatened me that he can make trouble for catching the Airplane.”
Numa carta aberta enviada ao Ministro Nuno Crato, depois da carta para o Reitor ter sido ignorada, Fernando Lobo afirma que desde final de Novembro – data em que apresentou a carta ao Reitor da Universidade do Algarve – “ nem o Reitor nem ninguém na Reitoria pediu para falar comigo ou me deu uma resposta”. Perante isso, fez também uma queixa na Inspecção-Geral da Educação e Ciência e que culminou com a carta ao Ministro há poucos dias.

A mais flagrante acusação feita, diz respeito ao modo de selecção das pessoas, que neste caso é a “selecção por tachos”, à boa moda da política em Portugal:

A principal tarefa do Prof. Hamid Shahbazkia como coordenador do programa Erasmus Mundus para o lote Irão–Iraque–Yemen, é seleccionar os candidatos que vˆem para c´a, e j´a se percebeu como é que ele faz a selecçao. Há centenas de pessoas que se candidatam ao programa, e grande parte dos que são seleccionados para a Universidade do Algarve são familiares entre si: Faroq Al-tam, Eman
Al-Hawri (mulher de Faroq Al-tam), Ryad Al-tam (irmão de Faroq Al-tam). Faroq Al-tam foi aluno de mestrado orientado pelo Prof. Hamid Shahbazkia e agora é aluno de doutoramento (sem bolsa) orientado também pelo Prof. Hamid Shahbazkia (2 bolsas dão para 3). M-Hossein Moeinzadeh, Sara Sharifian-R (mulher de M-Hossein Moeinzadeh), ambos com bolsas de doutoramento Erasmus Mundus sob supervisão do Prof. Hamid Shahbazkia. Asal Kiazadeh, Mahsa Kiazadeh (irm˜a de Asal
Kiazadeh); Ghazal Ebadi, Sina Ebadi (irmão de Ghazal Ebadi); Abdulrahman Rohaim, mulher de Abdulrahman Rohaim; Pergunto se “ser familiar de” é um critério para a selecção de candidatos?

Podia ser apenas uma coincidência. Foi nesse sentido que o Tugaleaks questionou a Universidade do Algarve sexta-feira de madrugada para a publicação de um artigo no sábado passado, que não chegou a ser publicado naquele dia. Entretanto e no mesmo dia do nosso contacto, surge um documento em PDF distribuído pela Universidade a que o Tugaleaks teve acesso. Nesse comunicado a Universidade informa que “cumpre afirmar que a Dinâmica do consórcio de universidades deste Projeto e as regras Impostas pela Comissão Europeia impedem qualquer iniciativa menos clara na adoção deste procedimento e tornam impossível qualquer Adulteração das mesmas.” Informa ainda “que nesta mesma data foi lançado um procedimento por averiguação destinado a resolver, no plano académico, a questão ora levantada”. A carta vem assinada pelo Reitor, que embora não tenha ligado às denúncias apresentadas, resolveu de forma bastante oportuna emitir um comunicado horas depois das questões levantadas pelo Tugaleaks.

Sem comentários: