segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Blasfémia é a melhor defesa contra o estado geral de bovinidade

Alguns números sobre equidade

13 Maio, 2013
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Esta é a distribuição das pensões (por idade, não inclui invalidez):
Distribuição das pensões
Supondo uma distribuição normal dentro de cada patamar, exceptuando os limites, e considerando um tecto hipotético de 2000€ para o valor das pensões, obter-se-iam as seguintes reduções de despesa e número de pensionistas afectados1.
poupança-pensões-10pp pessoas-afectadas-com-tecto-de-2500
Se o tecto de 2000€ entrasse em vigor, seria esta a distribuição das pensões:
Distribuição das pensões, com tecto de 2000€
(Fonte: Pordata, dados referentes a 2012)

1 O tecto de 2000€ foi escolhido de forma a originar uma redução total de aproximadamente 10% nas prestações de reforma. Não deve este artigo ser lido como uma proposta de tecto de pensões, particularmente se definido arbitrariamente em 2000€. É um mero exercício em equidade.

a vergonha na cara não tem cotação política em portugal

13 Maio, 2013
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Não serei eu a dizer que Paulo Portas não é politicamente um trampolineiro. Salta à vista desarmada que o é, e este episódio recente das pensões de reforma é apenas mais uma prova disso. Convém, contudo, que o histerismo gerado pelo caso não nos faça esquecer os outros trampolineiros que por aí andam, muitos deles ainda no activo e outros a prepararem afincadamente o seu regresso. Só três exemplos retirados dos anos mais recentes. Durão Barroso, que ganhou as eleições a prometer um «choque fiscal» (leia-se uma descida de impostos) e aumentou os impostos logo nas primeiras semanas de governo. A meio de um mandato em que pediu e impôs sacrifícios aos portugueses, em troca da promessa de um futuro radioso, pôs-se a andar para Bruxelas, por puro interesse pessoal e sem dar justificações ao pagode. Depois, Jorge Sampaio, de cognome «o terno», que falava despudoradamente do «défice» e agora vem perorar sentenças sobre o mesmo tema. Este foi também o único presidente da República Portuguesa que dissolveu um parlamento com maioria absoluta, para objectivamente entregar o poder, já não direi aos seus amigos políticos, mas, pelo menos, à oposição. Por último, o verdadeiro campeão português da falta de lata: José Sócrates, claro. Deixou o país falido e de pantanas, nem há dois anos, e aparece, agora, como se nada tivesse a ver com o assunto, a criticar quem tentou compor os sarilhos que arranjou e ainda a dar palpites sobre o que devemos fazer para sair do atoleiro em que nos meteu. A falta de vergonha é, em Portugal, um valor sem cotação política. Não vale a pena sermos muito exigentes.

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