BCP e BES alertam para perigo de propagação de “vírus de Chipre”
Nuno Amado e Ricardo Salgado pedem aos líderes políticos para moderarem linguagem.
Os presidentes do BCP e do Banco Espírito Santo
apelaram aos líderes europeus para que parem de “brincar com o fogo”, em
entrevista ao Financial Times, alertando para a eventual propagação de um “vírus de Chipre”.
Por seu lado, o presidente da comissão executiva do BES, Ricardo Salgado, considera que “os líderes [políticos] precisam de moderar a sua linguagem”, uma vez que “isto pode ser muito mau”.
Nuno Amado reconheceu que, na sequência do plano aprovado para Chipre, houve “imenso nervosismo” em Portugal, com o dirigente do BES e uma fonte ligada ao BPI, citada pelo Financial Times, a afirmarem que os bancos sentiram uma série de clientes a querer movimentar dinheiro de depósitos para cofres.
“A maior parte dos clientes em Portugal não confia nas garantias dos depósitos e não tem meios para abrir contas no estrangeiro. Prefere cofres, em vez disso”, disse fonte citada como sendo próxima do BPI.
Ainda na semana passada, os ministros das Finanças da União Europeia debateram a questão dos depósitos bancários. No final da reunião do Ecofin, o ministro das Finanças português garantiu que os depósitos abaixo dos 100 mil euros são “sagrados” e jamais sofrerão perdas nos processos de liquidação de bancos, e mesmo os superiores apenas serão afectados como “último recurso”.
Falando, em Bruxelas, à margem do Ecofin, Vítor Gaspar sublinhou que, “relativamente à questão muito importante dos depósitos bancários, foi absolutamente claro que a garantia de depósitos abaixo dos 100 mil euros é sacrossanta”, reforçando que “a expressão que foi usada e repetida é sacrossanta”.
“Para depósitos acima desse limite, a possibilidade de existência de perdas não é peremptoriamente excluída, mas apenas ocorrerá, na perspectiva da esmagadora maioria dos intervenientes, em último recurso, e se for absolutamente necessário”, disse.
Num artigo publicado
domingo à tarde, na edição online daquele jornal britânico, com o título
“Bancos portugueses temem ‘vírus de Chipre’”, o presidente da comissão
executiva do Millennium BCP, Nuno Amado, afirma que, “se alguém tivesse
desenhado um plano para danificar o mercado europeu, teria sido difícil
pensar em algo melhor” do que a solução aplicada em Chipre.
O
plano de resgate no valor de 10 mil milhões de euros, aplicado
pela troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário
Internacional) em Chipre, previu um corte nos depósitos acima de 100 mil
euros. A proposta inicial era a de que esse corte chegasse mesmo a
abranger também quantias até esse montante.Por seu lado, o presidente da comissão executiva do BES, Ricardo Salgado, considera que “os líderes [políticos] precisam de moderar a sua linguagem”, uma vez que “isto pode ser muito mau”.
Nuno Amado reconheceu que, na sequência do plano aprovado para Chipre, houve “imenso nervosismo” em Portugal, com o dirigente do BES e uma fonte ligada ao BPI, citada pelo Financial Times, a afirmarem que os bancos sentiram uma série de clientes a querer movimentar dinheiro de depósitos para cofres.
“A maior parte dos clientes em Portugal não confia nas garantias dos depósitos e não tem meios para abrir contas no estrangeiro. Prefere cofres, em vez disso”, disse fonte citada como sendo próxima do BPI.
Ainda na semana passada, os ministros das Finanças da União Europeia debateram a questão dos depósitos bancários. No final da reunião do Ecofin, o ministro das Finanças português garantiu que os depósitos abaixo dos 100 mil euros são “sagrados” e jamais sofrerão perdas nos processos de liquidação de bancos, e mesmo os superiores apenas serão afectados como “último recurso”.
Falando, em Bruxelas, à margem do Ecofin, Vítor Gaspar sublinhou que, “relativamente à questão muito importante dos depósitos bancários, foi absolutamente claro que a garantia de depósitos abaixo dos 100 mil euros é sacrossanta”, reforçando que “a expressão que foi usada e repetida é sacrossanta”.
“Para depósitos acima desse limite, a possibilidade de existência de perdas não é peremptoriamente excluída, mas apenas ocorrerá, na perspectiva da esmagadora maioria dos intervenientes, em último recurso, e se for absolutamente necessário”, disse.
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