Posted:
20 Jun 2013 06:57 AM PDT
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Obrigada a uma aliança imposta pelas
forças armadas e os Estados Unidos, a Turquia mostra-se cada vez mais crítica
para com Israel e quer assumir um papel de destaque no mundo islâmico
regional.
Israel: principal alvo de
Erdogan.
Muito apreciado pela "Irmandade muçulmana",
Erdogan gostaria de se tornar uma espécie de califa universal do mundo árabe, os
seus discursos destinam-se claramente a seduzir os povos islâmicos.
Nesse contexto, no dia 2 de março deste ano,
numa reunião da ONU em Viena, dedicada ao "diálogo das civilizações", Erdogan
disse que "tal como o sionismo, o anti-semitismo e o fascismo, a islamofobia
deveria ser considerada um crime contra a humanidade".
Erdogan nunca renegou a sua ideologia islâmica
radical cultivada na juventude, assim como o seu ódio para com Israel e o seu
desprezo para com o Ocidente judaico-cristã.
No fórum de Davos, em 2009, Erdogan virou-se,
num dos seus discursos, para Shimon Peres dizendo-lhe: "quando se trata de
matar, sabem muito bem matar..."
No dia 31 de maio 2010, o partido de Erdogan
apoio o envio de um navio, fretado por uma associação islâmica turca, com ajuda
humanitária destinada à Faixa de Gaza. Após a intervenção israelita, Erdogan
acusou Israel de praticar "terrorismo de Estado", mais tarde referiu que o
Estado de Israel era "uma ameaça para a região".
Turquia: um parceiro incomodo, mas
necessário.
A candidatura da Turquia para integrar a União
Europeia baseia-se, em grande parte, no facto de ser um país "moderado" e
"laico", quando na verdade, desde a subida ao poder do partido islâmico, este
foi pouco a pouco desmantelando as instituições laicas.
Com 800 000 homens, a Turquia possui a segunda
força militar da NATO em número de efectivos. Esta constitui uma potência
militar fundamental para a União Europeia, numa região particularmente
sensível. A integração da Turquia na EU reforçaria a credibilidade de uma Europa
fragilizada.
Do ponto de vista geo-estratégico, a Turquia
ocupa um espaço fundamental na região, servindo de tampão entre a Europa e o
mundo muçulmano, faz fronteira com o Irão e a conturbada Síria.
A Turquia não possui gás, nem petróleo, mas o
projecto Nabucco irá brevemente atravessar o seu território com o gás vindo do
Azerbaijão com destino á Europa. Que a Turquia venha a fazer parte ou não da EU,
ela só poderá vender esse gás á EU.
O projecto Nabucco, financiado pela EU e USA,
tem uma importância estratégica fundamental para reduzir a dependência europeia
do gás russo.
Recentemente, Erdogan tem-se tornado numa
personagem incomoda para a política americana e israelita na região, e é
considerado por estas potências um alvo a abater.
Há pouco tempo, Erdogan, numa das suas
intervenções no parlamento turco dizia: "Muitos dos meios de comunicação
servem aos judeus e a Israel para difundirem notícias falsas do que se passa em
Gaza e terem desculpas absurdas para bombardearem escolas, mesquitas e
hospitais". Também acusa Israel de "utilizar bombas de fósforo branco contra a
população civil de Gaza", e de "cometer actos inumanos".
"Como aceitar que um país (Israel) que ignora
totalmente, e não aplica, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, faça
parte das Nações Unidas?"
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sexta-feira, 21 de junho de 2013
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