sábado, 24 de agosto de 2013



Índia. Fotojornalista de 22 anos violada em grupo em Bombaim


Polícia de Bombaim, uma cidade considerada segura para as mulheres, já identificou os suspeitos da violação e prendeu dois deles
Depois da violação e do assassinato de uma jovem em Nova Deli em Dezembro passado, a violação de uma fotojornalista, ontem em Bombaim, está a provocar indignação e revolta na cidade, que se considerava das mais seguras do país para as mulheres.
A polícia de Bombaim declarou estar a trabalhar "afincadamente" para descobrir os autores da violação da fotojornalista de 22 anos, que trabalha para uma revista inglesa na Índia.
As autoridades policiais informaram que já identificaram quatro acusados e prenderam dois deles. "Estamos a levar o caso muito a sério e estamos a trabalhar sem descanso", afirmou um oficial da polícia ao diário "The Times of India".
A jovem fotojornalista foi violada ao fim da tarde de ontem em Shakti Mills, uma zona metropolitana de Bombaim, quando recolhia informação para fazer uma reportagem para a revista em que trabalha.
A vítima declarou à polícia que inicialmente os violadores a começaram a insultar e a fazer comentários obscenos. O seu companheiro quis defendê-la mas os atacantes agrediram-no imediatamente e levaram-na para o interior de uma fábrica de têxteis em ruínas onde consumaram a violação.
A jovem conseguiu dar o nome dos suspeitos à polícia por se recordar de como se chamavam entre si durante a agressão. Segundo fontes policiais os suspeitos têm entre 24 e 30 anos.
O ministro do Interior do estado de Maharashtra, R. R. Patil, visitou a vítima no hospital e os médicos revelaram que a mulher apresenta lesões internas múltiplas.
Cerca de mil pessoas, incluindo membros de associações de jornalistas, concentraram-se ontem no Sul de Bombaim para protestar em silêncio. Alguns usavam braçadeiras negras e outros exibiam cartazes onde se lia "Fim das violações" e "Cidade da vergonha".
A Índia regista um elevado número de agressões sexuais todos os anos. Em 2011 ocorreram 24 200 violações registadas pelas autoridades policiais.
No início deste ano, a violação e o assassinato de uma estudante num autocarro emocionou todo o país. Seis indivíduos agrediram-na com uma barra ferro quando saía do cinema com o noivo. A rapariga e o noivo foram depois atirados do autocarro em movimento.
O caso provocou uma enorme onda de indignação e consternação na sociedade indiana, que participou em centenas de manifestações exigindo que os acusados fossem enforcados e que fossem endurecidas as penas para os violadores.
Os julgamentos dos quatro acusados, um deles menor de idade, do ataque de Dezembro, em Nova Deli, deverão ficar concluídos nas próximas três semanas. A leitura do veredicto de um dos jovens suspeitos está marcada para 31 de Agosto. Os argumentos finais do restantes estão agendados para a próxima semana.
Na sequência da onda de indignação pública relativa ao caso de violação de Nova Deli, a Índia aprovou em Março leis mais severas contra os violadores, incluindo a pena de morte para os reincidentes e para aqueles cujas vítimas sejam deixadas em estado vegetativo.
Em Junho passado, uma turista norte-americana foi violada por três homens quando pedia boleia numa zona turística do Norte da Índia. Os atacantes deram-lhe boleia numa carrinha para supostamente a levarem ao hotel e violaram a jovem num local ermo.
Em Março foram conhecidos dois outros casos de violação neste país. O primeiro foi o de uma suíça violada colectivamente numa floresta do centro da Índia. O outro caso foi o de uma britânica que teve de saltar de uma varanda para escapar de uma agressão sexual no seu próprio hotel.
Ao contrário de Nova Deli, Bombaim sempre foi considerada uma cidade segura para as mulheres que viajam sozinhas, mesmo de noite.
No entanto, as estatística mostram que foram registados 221 casos de violação nesta cidade, considerada a capital financeira do país.
No princípio deste mês, a polícia indiana revelou que uma rapariga de sete anos foi violada nos sanitários de um comboio no centro do país. S.R.S

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