Posted:
11 Sep 2013 04:11 PM PDT
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Uma forma curiosa de matar é a chamada forma
"convencional". Matar, sim, mas dizem as convenções, tem de ser feito de uma
foram convencional. Nada de armas químicas, tem de ser uma bomba mesmo a
sério.
Outra coisa curiosa é que não se pode matar
populações civis, como se os soldados não fossem gente.
Perante isto, ao longo dos tempos as formas de
matar foram-se alterando. Num dado contexto tudo é permitido, noutro só se pode
matar certas pessoas de uma certa forma. Essas alterações têm permitido certas
barbáries em detrimento doutras.
Esse contexto ajuda-nos a aceitar o que é
permitido ou não, tudo em nome da matança.
Porquê priviligiar "as mulheres e as crianças".
Uma morte não deixa de ser uma morte. A morte de um soldado, muitas vezes
obrigado a lutar por uma causa que não entende, não deixa de ser uma
morte.
A morte de um qualquer ser nunca poderá ser
banalizada, porque essa morte representa a morte de um ser único, com toda a sua
história, com toda a sua vivência única. Essa morte representa a nossa própria
morte.
Falar de mortes "admissíveis" representa a
nossa própria morte. Nenhuma morte é admissível, seja criança, mulher ou
soldado. Nenhuma morte é convencional.
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Posted:
11 Sep 2013 04:01 PM PDT
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Muito se fala de ataques de armas químicas,
mas será isso muito diferente de matar de uma forma "limpa". O que é matar de
uma forma "limpa"? Um bombardeamento com armas "convencionais" é mais
limpa?
No campo puramente de "armas" que se
consideramos "inadmissíveis", os Estados Unidos ficam muito mal na
fotografia.
1- Os americanos pulverizaram 80 milhões de
litros de produtos químicos no no Vietname entre 1962 e 1971
Estes produtos tóxicos destruíram culturas e
vidas inocentes. Calcula-se que 400 000 pessoas foram mortas ou sofreram lesões
para o resto da vida, 500 000 mal-formações de recém-nascidos e mais de 2
milhões de pessoas vítimas de cancro.
2- Israel ataca civis palestinianos com
fósforo branco entre 2008 e 2009.
Esta arma química queima as pessoas até aos
ossos. De início negado pelo governo, foi depois admitida. Até a ONU na faixa de
Gaza foi atingida.
3- Em 2004, as forças armadas americanas
atacaram iraquianos com fósforo branco.
De início os Estados Unidos recuaramo a
acusação , depois admitiram que era para criar uma barreira de fumo para
iluminar os alvos.
4- A CIA ajudou Saddam Hussein a massacrar
curdos durante a guerra de 1988.
A CIA sabia do uso de armas químicas por parte
de Saddam Hussein durante a guerra Irão-Iraque, foi durante este período que
forneceu as coordenadas para os ataques a aldeias curdas matando mais de 5000
pessoas.
5- A CIA testou produtos químicos nos
bairros pobres de São Louis, nos Estados Unidos.
Nos anos 50 foram instalados difusores de gases
tóxicos no cimo de certos edifícios, isto no quadro da Guerra Fria. Estes
deveriam criar um ecran de fume perante o inimigo. Esses gases nunca foram
revelados, contudo, muitas pessoas durante este período morreram de
cancro.
6- A polícia rega de gás lacrimogénio os
manifestantes de Occupy Wall Street em 2011.
Neste contexto foram utilizados gases
lacrimogénios e outros que se desconhecem.
7- Em 1973, durante o ataque a Waco foram
utilizadas armas químicas.
No Texas numa comunidade pacífica religiosa
adventista foi utilizado um gás altamente inflamável que matou 49m homens e
mulheres e 27 crianças.
8- Em 2003 o Iraque foi coberto com urânio
empobrecido.
O Iraque foi atacado com milhares de toneladas
de bombas com urânio empobrecido, dando origem a numerosas morte por cancro e
mal-formações fetais.
9- Entre 1944 e 1945, as forças americanas
mataram milhares de civis japoneses.
Essas mortes foram devidas ao napalm, um gel
colante e inflamável. Esse napalm foi utilizado pelos Estados Unidos no Japão
para matar mais de 100 000 pessoas e deixar milhões inválidos.
10- Finalmente, apesar das bombas
nucleares não serem consideradas "químicas", elas libertam muitos
componentes radioactivos que quando não matam no momento da largada, deixam
milhões vítimas de cancro.
Este artigo foi baseado num artigo de Wesley
Messamore publicado no:
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quinta-feira, 12 de setembro de 2013
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