De: ALÔ PORTUGAL Data: 08/07/10 18:01:50 Para: Undisclosed-Recipient:, Assunto: LUZES E SOMBRAS
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LUZES E SOMBRAS,
NA HISTÓRIA DE PORTUGAL E DO MUNDO
(Mensagem do Sermão do P. Antônio Vieira)
(Réplica 3, ao senhor G.C.)
CAROS LEITORES
J. Jorge Peralta
O grande humanista, estadista e orador, o Pe. Antônio Vieira, um dos homens de maior destaque, no mundo do século XVII, pregou, em Roma, um magnífico Sermão de Santo Antônio, em 1670, exaltando as grandezas da face luminosa de Portugal. Belíssimo Sermão. Belo e Verdadeiro. Faz bem lê-lo, para quem gosta das coisas bem feitas.
Em 1671, preparou outro Sermão de Santo Antônio, em que focou a outra face da História de Portugal: a face sombria e às vezes tenebrosa. Mostrou que essa face sombria também existe na Bíblia e na humanidade.
Enfim, são as duas faces de um mesmo objeto: o verso e o reverso. O bem e o mal nos acompanham, como a luz e a sombra.
Camões trabalha a imagem das sombras no episódio do Velho do Restelo:
“Oh! Glória vã de mandar! Oh vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos fama.
Oh! fraudulento gosto que se atiça
Com uma aura popular que honra se chama!” (Lus. C.IV, 95)
Luzes e Sombras de Portugal são o assunto dos dois Sermões de Vieira.
2. Quem reage contra os que privilegiam a sombra, contra a luz, criam inimigos. Há muita gente que “fatura” nas sombras. São os pescadores de águas turvas.
Vieira cita o pequeno Davi que venceu o “invencível” Golias. O Rei Saul, depois que Davi salvou o seu povo, fazendo o que Saul jamais teria conseguido, em vez de glorificar o pequeno guerreiro, genial salvador do seu povo, teve reação estranha: talvez por inveja, desprezou Davi, que enfim, era muito “maior” do que ele. Saul invejou a luz e preferiu a sombra. Não é atitude rara na nossa civilização.
3. Falar dos valores da alma profunda de Portugal, “incomoda” e “acaba por nos abacalhar”, diz o meu interlocutor. Mas falar e denunciar as traições dos “Rosa Coutinho” na Guerra Colonial, nos cinco países de Língua Portuguesa da África, não pode, porque é humilhante. Eles traíram Portugal e traíram a África. Nos próprios Batalhões do Exercito estavam aquartelados os traidores mercenários, ocultos pela farda. O Exercito dormia com o inimigo... que vendeu a vida dos próprios compatriotas.
Falar da traição dos “Alegre”, que causaram a morte trágica e inglória de milhares portugueses, perpetrada por informações de informantes traidores, isso deve ser silenciado para não incomodar. Da rádio da Argélia, Alegre comandava o massacre dos companheiros, secretamente (?!)
Procurar levantar a auto-estima dos portugueses, mostrando-lhes o Portugal que os apátridas estão riscando do mapa, para vendê-lo ao que pior há na Espanha, isso não pode, pois os portugueses devem ir para o “matadouro”, sem saber o que se quer e está fazendo com seu País.
Falar dos grandes valores e “grandeza” de Portugal, dos grandes intelectuais e descobridores, dos valores extraordinários da alma do povo e de seu espírito templário, não pode, pois “somos apenas e modestamente acanhados colaboradores”, nas palavras do meu crítico, que quis censurar sei lá o quê! Nem ele soube.
Mas desviar os olhos para os assaltos permanentes aos cofres públicos, pagando salários e aposentadorias escrochantes e indecentes, milionárias para pessoas que pouco ou nada fizeram por seu país, ou talvez apenas o depredaram, em cargos públicos, isso sim, é patriotismo (?!!!!). Deve ser silenciado?!
Já viram a aposentadoria paga ao senhor “Alegre”? E a troco de quê?! Pior de tudo é que é legal!! Legal mas não legítimo. Também a lei é injusta e abuso do poder.
É recente e foi noticiado. Só não viu quem não quis, ou concorda.
Há milhares de “Alegres” nesta mesma e nefasta condição de fruidores de benesses escandalosas, que assaltam o bolso do contribuinte. Quem paga o rombo nas contas do País?!
Apesar dos escândalos e traição, Alegre ainda pretende ser Presidente da República!!! Como pode?! Isto não é pensar que o povo é bobo?!
4. Enquanto isto, as viúvas dos soldados mortos, na traída guerra colonial, passam fome, com seus filhos, por terem exercido o dever de Soldados de Portugal, sem que o Estado cumpra o dever de pagar a indenização à família. E os soldados que cumpriram seu dever, com patriotismo, como são tratados?
Todos os desmandos que aqui simplesmente apontei, estão fortemente relatados em livros e em ensaios na internet.
Ninguém pode alegar desconhecimento.
Nota: Este texto prossegue a réplica ao comentário do senhor Cipriano, publicada no PortugalClub www.aloportugal.org (4.08.2010)
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