sábado, 1 de setembro de 2012

A “REALEZA” DE DOM MÁRIO

Apesar de há muito se saber, só há pouco tem vindo a público – num sentido muito critico – que o Dr. Mário Soares (MS) tem as suas propriedades de família guardadas, dia e noite, por agentes da PSP e militares da GNR. Estão nestas condições as casas do Campo Grande, Vau e Nafarros.

Esta Terceira República tem sido generosa para com os seus representantes máximos – e também relativamente a todos os cidadãos que obrem ocupar uma função política, o que se estende desde o Parlamento à Junta de Freguesia, passando pelas Empresas Públicas – e aprovou uma lei (a Lei 26/84, de 31/7 e suas sucedâneas), que garante aos ex- Presidentes da dita a manutenção de determinados direitos e regalias, como sejam gabinete, carro com condutor, telefone, secretariado, ajudas de custo, passaporte diplomático, uso e porte de arma, etc.

O “Estado” garante, ainda, a sua (deles) segurança pessoal, em função da análise da ameaça efectuada, periodicamente, pelo SIS (Serviço de Informações de Segurança). Só quando esta ameaça atinge o nível 3 é que tal segurança é facultada – o que não parece ser o caso nos últimos tempos o que, sem embargo, não impede S. Exª de ser, aparentemente, acompanhado por dois agentes.

Ora em lado nenhum está previsto, que esta segurança seja extensiva às residências particulares.[1]

Os outros ex-presidentes ainda vivos, os General Ramalho Eanes e Doutor Jorge Sampaio, nunca (que se saiba) usufruíram desta segurança.

Mas tal não aconteceu com MS que nunca deixou de ter agentes da autoridade a rondar-lhe as casas – apesar da acrimónia, falta de respeito e, até, de educação com que sempre os mimoseou e que, segundo consta, continua a evidenciar com os infortunados que lhe caem nas vigílias.

Hoje em dia já ninguém se deve lembrar porque é que isto se passa e quem o determinou, passou a ser parte das “lendas e narrativas”.

Ao longo do tempo vários escalões de comando das Forças de Segurança, questionaram este procedimento e alguns propuseram que lhe fosse posto um fim. Mas tal esbarrou sempre em negativas ou em reacções do tipo “não me comprometam” e bloqueado a nível político. “A família Soares está acima de qualquer suspeita”, ouvia-se.

Uma postura muito pouco republicana quer-me parecer…

Resta saber (a curiosidade é licita), de que tem medo o Dr. Soares, ou se algo lhe perturba a consciência.

Ou, por outro lado, tentar descortinar porque é que a figura do mediático ancião provoca eventuais temores ou reverências em certos círculos.

Felizmente esta discrepância – chamemos-lhe assim – começa a ser posta em causa ao ponto da segurança à sua casa de Nafarros ter passado a ser feita como a qualquer outro cidadão pagador de impostos (e de multas) da zona.

Espera-se que se sigam as outras.

Se estivessemos a tratar de outra pessoa tal situação já teria terminado há muito e, estou em crer, por iniciativa do próprio.

Porém, quando os humanos são menos bem formados, mostram sempre aquilo que são, até ao fim

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