quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Posted: 16 Oct 2012 02:37 AM PDT
O Orçamento de Estado apresentado ontem mostra cortes brutais na saúde. A Xerox não vende directamente segundo o apoio a clientes, o que é falso. Algo aqui está errado…

Xerox vende 36.363 folhas por dia para o sistema de saúde de Braga

A descoberta é feita no site dos Ajustes Directos e diz respeito a um montante de 52 560,00EUR para “aquisição de resma de papel fotocópia”. Este contrato feito em 27 de Junho e com o prazo de entrega de um ano, sendo equiparado a 36.363 folhas por dia. Para a saúde. Apenas num conselho em Portugal. O contrato é omisso na quantidade e gramagem de folhas, o que no mínimo indica um contrato mal registado e com falta de informação básica.
O contrato é feito entre a Xerox Portugal – Equipamento de Escritório, Lda. E a Sub-Região Saúde de Braga

As contas são simples:
52560€ / 1.98 (preço resma) = 263545 resmas * 500 (folhas por resma) = 13.272.727 folhas / 365 dias = 36.363 folhas por dia.

Se o preço estiver mal, mesmo aumentando para um preço “normal” de mercado, continuam a ser demasiadas folhas.
O mais estranho no meio desta história foi o  Tugaleaks ter contactado  o apoio ao cliente que disse que “só vende a revendedores e fornecedores” directamente. Aparentemente o estado é excepção e desta forma podemo-nos apenas basear no preço que o Tugaleaks obteve das suas fontes.

A questão é, na era da informática e é preciso gastar cerca de 36.000 folhas por dia para um conselho ao nível da saúde?
A Computerworld avançou em Setembro que “A Xerox Portugal assinou um Memorando de Entendimento com o Governo português, envolvendo os Ministérios da Educação, da Economia e Inovação, da Ciência e Tecnologia e das Finanças. Este memorando tem por objectivo promover a literacia digital e a inovação empresarial, e procura contribuir para competitividade económica, para a empregabilidade e para o desenvolvimento da sociedade da informação.”
Aparentemente, uns meses mais cedo, existiu a venda de papel para não promover o “desenvolvimento da sociedade da informação”.




 

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Desconheço a fonte que deu origem ás afirmações nesta imagem, mas estão divulgados na internet em dezenas de sites

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Sendo ou não verdadeiras as medidas acima citadas, as medidas descritas em baixo, são bem reais e de fontes fidedignas: 
Exemplos de como outros países conseguem aumentar a receita sem criar novos pobres, todos os dias. Em Portugal o governo insiste em aumentar a carga fiscal mas diminui a receita, pois opta por ir sacrificando os que menos podem pagar, contribuindo para criar novos pobres, todos os dias.

França
Realizará 20 mil milhões.
Os muito ricos pagarão imposto de 75%
Haverá novos impostos para as grandes empresas e para os ricos.

Itália
As medidas são aparentemente mais eficazes, adaptadas a  níveis de maior ou menor riqueza,
Prevê arrecadar, não 1025 milhões como Passos Coelho pretendeu, mas 45 mil milhões.
- SALÁRIOS SUPERIORES A 90 MIL EUROS AO ANO, PAGARÃO MAIS 5%
- SALÁRIOS SUPERIORES A 150 MIL EUROS AO ANO, PAGARÃO MAIS 10%
- SALÁRIOS DOS PARLAMENTARES QUE GANHEM MAIS DE 150 MIL AO ANO, PAGARÃO  MAIS 20%
- REDUZIR O NÚMERO DE PARLAMENTARES
- supressão das províncias com menos de 300.000 habitantes ou 3.000 quilómetros quadrados de superfície.
- aumento do imposto sobre os rendimentos financeiros, de 12,5% para 20%
- Lei contra a evasão fiscal mais efectiva. fonte
- Monti baixa IRS a quem ganha menos de 28 mil euros! A decisão surgiu de uma forma inesperada, numa altura em que pela Europa só se ouve falar em aumento de impostos.”dn.

"França revela orçamento mais duro em 30 anos. 
O Governo francês prevê um encaixe de 20 mil milhões de euros com novos impostos focados sobretudo nas grandes empresas e nos mais ricos. Os milionários vão estar sujeitos à polémica carga fiscal de 75%.
O congelamento da despesa pública – excluindo o pagamento dos juros da dívida e de pensões – vai permitir uma poupança de 10 mil milhões de euros no próximo ano, que acresce à receita dos 20 mil milhões com os novos impostos. Além disso, Paris vai poupar mais 2,5 mil milhões de euros com a descida do limite aos gastos com a saúde para 2,7%.
Apesar disso, e tal como prometido pelo presidente François Hollande, a França foi em grande parte poupada dos cortes robustos nas despesas públicas, pensões e salários que foram impostos em outros países da zona do euro." noticiasaominuto

Os títulos na imprensa dão conta do mau governo que temos e dos maus resultados que alcança. 
 - "Segundo o relatório Fiscal Monitor, Portugal é a segunda economia do mundo com maior aumento da carga fiscal entre 2009 e 2012."   Económico
 - "Entre os seis países da União Europeia, Portugal é o único onde as medidas de austeridade exigiram um esforço financeiro aos pobres superior ao que foi pedido aos ricos, revela um estudo recente publicado pela Comissão Europeia. Na comparação com Grécia, Estónia, Irlanda, Reino Unido e Espanha, Portugal é também o País que regista um dos maiores aumentos de risco de pobreza devido às medidas de consolidação orçamental adoptadas durante a crise, ultrapassando a barreira dos 20% da população em risco." RTP
- "O pico de mortes em Portugal está relacionado com o programa de austeridade. O SNS foi forçado a cortes radicais desde que começaram a executar o plano de resgate do FMI em Maio, os efeitos começaram a sentir-se."(The Guardian)
- Vítor Gaspar admite "enorme aumento" de impostos. Governo aumenta em média 34,6% com sobretaxa de 4%.rtp
- Portugal é o país da União Europeia, com excepção da Letónia e Lituânia, a ter maiores desigualdades na distribuição dos rendimentos das famílias. Fonte
- Portugal entre os países que possui a mais pesada carga fiscal para a classe média. Fonte

Eis o resultado da operação irresponsável, de quem anda no governo a fazer estágios e experiências.
"O défice orçamental do subsector Estado situou-se nos 798,6 milhões de euros em Fevereiro, mais 191% do que no mesmo mês de 2011. ( continuamos a afundar) esta subida do défice deveu-se sobretudo à quebra da receita efectiva, que desceu 4,3%, e à subida da despesa efectiva em 3,5%." (3,5 equivale a 7 mil milhões de euros, entre Janeiro e Fevereiro desde ano.) Como é que o estado gastou mais 7 mil milhões em 2 meses quando afirma que se fartou de cortar?? Fonte
  • IRC desceu 46% 
  • Imposto sobre veículos desceu 44,6%
  • impostos indirectos, que sofreu uma queda de 9%
  • IVA desceu em 1,1% 
  • apenas as receitas com o IRS subiram 0,3% (os de sempre, que não tem hipóteses de fuga ao fisco) Fonte
Mas afinal não foi apenas o governo português, que andou a fazer experiências.... ? FMI reconhece erro de cálculo.
"No relatório semestral sobre o estado da economia mundial tornado público ontem à noite, o FMI reconhece que as medidas de contenção orçamental aplicadas em vários países em todo o Globo estão a ter, nos últimos anos, um impacto negativo na economia muito maior do que aquilo que os modelos que estão a ser utilizados previam. Entre as vítimas destes erros de cálculo estão os países que, na Europa, têm vindo, ainda sem sucesso, a apostar em políticas de forte austeridade para resolver os seus problemas orçamentais, como a Grécia e Portugal.

Numa caixa intitulada "Estaremos a subestimar os multiplicadores orçamentais de curto prazo?", os responsáveis do Fundo tentam perceber porque é que as suas previsões (e também as de outras instituições) para a evolução das economias têm vindo a falhar durante esta crise.
E a conclusão a que chegam é impressionante. Enquanto que nos modelos de projecção usados, se estimava que, por cada euro de cortes de despesa pública ou de agravamento de impostos se perdia 0,5 euros no PIB, a realidade mostrava que esse impacto (os chamados multiplicadores) é muito maior. Afinal, desde que começou a Grande Recessão, em 2008, o que os dados económicos mostram é que por cada euro de austeridade, o PIB está a perder um valor que se situa no intervalo entre 0,9 e 1,7 eurospublico

E note-se que as alternativas não deveriam passar apenas, por tentar aumentar abusivamente a carga fiscal do povo. Ainda existe a alternativa de cortar as despesas gordurosas dos políticos e amigos, que invalidam todos os sacrifícios exigidos ao povo, que já não conseguem sustentar tantos assaltos aos impostos.







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