Domingo, 26 de Agosto de 2012
SÃO AS ATUAIS ELITES AS MAÇÃS PODRES DE PORTUGAL
Aires Melon Pereira
No passado dia 15 deste mês de Agosto quem lesse o jornal Público
deparava com um título que podemos considerar deslumbrante sobre o que
aconteceu em 2004 meses depois da “novela” dos submarinos” entrar em
“linha de produção”. O CDS depositou a “prestações” em poucas horas
“1,06 milhões de euros em notas depositados por funcionários na conta do
CDS no final de 2004” como diz o jornal Público.
A
abertura da notícia ainda esclarece: “Foi literalmente aos molhos que
os funcionários da sede nacional do CDS-PP levaram nos últimos dias de
Dezembro de 2004 para o balcão do BES, na Rua do Comércio, em Lisboa, um
total de 1.060.250 euros, para depositar na conta do partido. Em apenas
quatro dias foram feitos 105 depósitos, todos em notas, de montantes
sempre inferiores a 12.500 euros, quantia a partir da qual era
obrigatória a comunicação às autoridades de combate à corrupção.”
Alegadamente
o CDS afirmou que aquele mais de um milhão de euros estava nos seus
cofres, na sede do partido, havia imenso tempo porque era o acumular de
donativos… Não deixa de ser estranho. Como estranho é o ano de 2004, em
Abril, ter acontecido o culminar do negócio dos submarinos com a German
Submarine Consortium por Paulo Portas, alvo de investigações por
corrupção em Portugal e na Alemanha. Na Alemanha as investigações
concluíram haver corrupção, irregularidades de índole criminal, e os
dois gestores alemães admitiram a actuação criminosa, como avança o
jornal Público, salientando que “entregaram ao cônsul honorário de
Portugal em Munique o montante de 1,6 milhões de euros. Este, por sua
vez, disse perante a justiça alemã que manteve encontros com o ministro
Paulo Portas e o primeiro-ministro Durão Barroso, para a concretização
do negócio”. Espantoso. A pseudo Justiça em Portugal não chega a
conclusões, não prova nada a não ser que em casos que envolvem figuras
de peso (portugueses de primeira) dificilmente chega a conclusões de
cometimento de crime. Inclusivamente o Procurador-Geral da República
veio dizer que “não há dinheiro para prosseguir as investigações do
negócio dos submarinos”… Evidentemente que se fosse algum Sem Abrigo que
furtasse uma lata de conservas de sardinhas em qualquer supermercado já
haveria dinheiro para a investigação, para o processo, para o
enclausurar numa cela – passemos o exagero, por enquanto.
Por
estas e outras. Porque quando algo aparentemente ilícito envolve
políticos ou parceiros de políticos, quando se detetam “mistérios” nesta
ou naquela figura quase nunca isso passa de umas quantas parangonas em
jornais e tudo acaba em nada. Porque será?
Podemos
pensar que afinal são os jornais que puxam ao sensacionalismo e que os
políticos e seus pares são pessoas honestas e impolutas? Não, só em
raros casos. Isto porque depois, passados uns anos (às vezes nem isso)
vimos políticos possuidores de fortunas que nem eles imaginavam
conseguir amealhar como “pé-de meia”.
Por
essas e por outras os portugueses já nem acreditam no setor da Justiça,
tal como nos políticos. O presente Procurador-Geral da República tem
sido um primor no descrédito que sobe em flecha relativamente àquela
instituição. Nos tribunais olha-se para os magistrados com repelente
desconfiança (em quantos imerecidamente?). Mas não é isso que os
portugueses querem. O que os portugueses querem é acreditar na Justiça
acima de todas as coisas. Sem Justiça não existe democracia. Não é por
acaso que Portugal é cada vez mais um país de injustiças. Cada vez menos
democrático. Quem perde é o país e a sociedade portuguesa. Mas isso que
importa às elites associadas em prováveis máfias? Nada! Nem se
preocupam por serem olhadas com justificadas desconfianças desde que as
fortunas lhes sejam asseguradas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Nem
importa a essas elites que sejam as “maçãs” podres que estão a apodrecer
o país de modo irrecuperável, irremediável. Viva o vil metal!
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Domingo, 12 de Agosto de 2012
ZITA SEABRA SERVIDA DE IMAGINAÇÃO FÉRTIL NA CRESPOLÂNDIA
Por Bernardo Belo Cunha
Não
faz sentido. Só um Crespo como Mário se empolgaria a trazer-nos
televisivamente a lufada de ar condicionado a cheirar a esgoto gerada
por Zita Seabra, uma ex-militante do PCP que há muitas décadas aderiu ao
inverso daquilo que por muitos anos defendeu, o chamado proletariado, o
povo e os seus direitos segundo a cartilha comunista de uma União
Soviética cada vez mais decadente. Tão decadente nesse tempo quanto o
capitalismo o está na atualidade. Mas Zita, talvez por uma questão de
ganha-pão, lá aderiu à direita, que antes chamava revanchista, e entrou
de supetão para deputada do PSD. Há muitos que pela tal questão de
ganha-pão fazem tudo. Até trocam infernos vermelhos por os de outra cor,
alaranjados, por exemplo – cor do PSD.
Não
faz sentido. Instrumentos de escuta dentro de aparelhos de ar
condicionado? Mas onde é que Zita tinha a cabeça? E Mário, o Crespo? Os
equipamentos de ar condicionado fazem barulho, em princípio,
logicamente, impossibilitando a escuta através de equipamento para esse
fim. Para mais introduzido no seu interior. Para mais porque as ações de
espionagem do PCP aconteceram há umas décadas, como afirma, e nesse
tempo os aparelhos de ar condicionado produziam um ronronar que muitas
vezes até nos incomodavam, muitas vezes até os desligávamos devido ao
seu efeito poluidor da sonoridade produzida…
Zita,
talvez inspirada no título “O Espião Que Saiu do Frio”, serviu, a quem a
quis escutar, uma dose de imaginação fértil – na opinião de muitos.
Interessante é aquilo que escreve Ferreira Fernandes, no Diário de
Notícias, sobre o gélido acontecimento televisivo de Crespo. Curto,
incisivo, irónico, não deixou passar a imaginação fértil de Zita sem
recordar que “Aparelhos de escuta usam-se em floreiras, relógios,
botões, lamparinas e o agente Olho Vivo até num sapato.” Deliciem-se.
A Zita que saiu do ar condicionado
Zita
Seabra, em conversa com Mário Crespo, na SIC, sugeriu que o PCP e a RDA
(Alemanha comunista) usavam os aparelhos de ar condicionado da empresa
portuguesa FNAC (ligada nos anos 70 e 80 ao PCP) para espiar. E quando
Crespo explicita "equipamentos de escuta...", ela confirmou: "Em tudo o
que era ministérios, em sítios nevrálgicos." Ela lembrou que era
frequente entre comunistas "brincar-se, dizendo em que gabinete estará
aquele ar condicionado..." Zita foi dirigente do PCP e aquilo que se
sabe da RDA em matéria de espionagem dá crédito mesmo a hipóteses
absurdas. Mas ficam-me algumas dúvidas. Zita Seabra saiu do PCP em
janeiro de 1989 e só em outubro de 1990 a RDA acabou. Nesse intervalo de
ano e meio a já democrata Zita informou o País do perigo que corria? Ao
que parece não disse nada porque PS, PSD e CDS, todos com gabinetes
potencialmente escutados e nenhum meigo com o PCP, não tiraram partido
do escândalo. Então, porque calou, Zita? O que me leva a outra dúvida:
microfones em aparelhos de ar condicionado? Aparelhos de escuta usam-se
em floreiras, relógios, botões, lamparinas e o agente Olho Vivo até num
sapato. Tudo objetos silenciosos. Em ar condicionado? Hmmm, as suspeitas
aprofundam-se: uma vez comunista, comunista toda a vida... Será que
Zita é uma agente adormecida e, mais forte do que ela, aproveitou a ida
ao Crespo para fazer propaganda aos aparelhos comunistas da FNAC, os
mais silenciosos do mercado capitalista?
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Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2011
O LOGRO MORA EM SÃO BENTO
Por Dora Manta Pereira
Passos
Coelho foi ao norte do país e ganhou uma queixada ao vivo quando ouviu e
viu manifestantes indignados vaiarem-no com fervor e chamarem-lhe
gatuno, ladrão e outros mimos do género. Por mais triste que seja ver um
primeiro-ministro ser apupado devemos ponderar se merece ou não aquele
trato de polé. Contas feitas vimos que merece e que até já tardava haver
quem tivesse a tolerância e o baú dos sacrifícios tão esgotados de
capacidade que optou por atirar carga ao mar. Foi o que vimos e ouvimos.
Isto é só o começo. Haverá momento, daqui em diante, em que Passos
Coelho vai preferir entrar pelas portas dos fundos e de surpresa, quase
secretamente, que é para não ter de se sujeitar ao triste espetáculo de
ver os portugueses indignados que estão a perder as estribeiras e que
não guardam, nem quase nunca guardaram, respeito àquele que prometeu
mais que qualquer outro sabendo que estava a mentir, tendo por único
objetivo ser suficientemente votado para conseguir uma maioria absoluta.
Objetivo que não conseguiu e que levou o seu partido a aliar-se ao CDS
de Portas para formar governo. Jamais Passos Coelho merecerá o crédito
dos portugueses, jamais os portugueses serão tolerantes para com ele,
mesmo que o merecesse. O futuro próximo será de mais vaias e apupos.
Este primeiro-ministro e o seu governo abriram a caixa de Pandora da
indignação, por tanto mentir e tantos sacrifícios exigir e pôr em
prática sem olhar as injustiças que pratica.
Para
além da grande queixada que Passos Coelho vai sempre usar, enquanto for
o chefe dos algozes da vasta maioria de portugueses injustiçados, não
precisamos de ir à bruxa para futurarmos que chegará o momento de nos
querermos ver livres desta matilha raivosa a qualquer preço porque a
situação das famílias está a ficar insustentável. A instabilidade social
já é um facto e está em crescendo. Infelizmente nada indica que a
sabedoria dos "super ministros" deste governo saibam como nos aplacar a
indignação. É até muito provável que se registem confrontos violentos
que de todo seriam evitáveis caso Passos Coelho e os seus ministros
soubessem que tudo tem um limite e as carências e paciência do povo
também.
Os
tiques ditatoriais deste governo, os golpes e contra golpes
antidemocráticos a que vimos assistindo, indiciam que piores tempos se
aproximam, porque na mente de Passos e do elenco do seu governo
prevalece o Quero, Posso e Mando, debalde as tentativas que fazem para
parecerem democráticos, tolerantes e humanos. Nada têm de humanos mas
sim de verdadeiras máquinas espoliadoras dos contribuintes que menos
têm, que quase nada têm, ou já nada têm. Aos que já perderam tudo, e são
bastantes, Passos e os hipócritas que o ladeiam dão-lhes o destino da
caridadezinha. Prevalece o roubo e a hipocrisia tão ao jeito da direita
mais revanchista que se possa imaginar. Também por isso percebemos que
Passos Coelho é um gigantesco logro. Afinal o logro mora em São Bento e
consome os portugueses sem cerimonias, sem contemplações. Vaiemos
porque merece.
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Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011
OH TEMPO VOLTA PARA TRÁS…
Por Helena Brito Zenha
A
UGT anunciou que não há pacto social porque discorda profundamente das
medidas impostas pelo governo em obrigar os portugueses ainda com
emprego a alargar o horário de prestação de trabalho por mais meia hora
diária, cerca de 10 horas por mês, mais de 120 horas por ano. Oferecer à
entidade patronal mais 120 horas por ano, contas feitas por alto, a
trabalhar mais 15 dias de borla, quero dizer, por obrigação. Não se
vislumbra que vantagens traz tal medida para o país, a não ser que o
valor desse trabalho imposto revertesse para o estado, partindo do
principio que o Estado somos todos nós e que todos beneficiaríamos, mas
com tanto ladrão será impossível. Assim, quem ganharia, ou ganhará, é a
entidade patronal – que tem escravos oferecidos pelo governo Passos
Coelho durante mais 15 dias. Imagina-se que isso contribuirá para mais
uns “bólides” para as famílias de certos empresários, para mais
remodelações de piscinas, de mansões, talvez até para umas prendinhas
para certos partidos negreiros e seus dirigentes, etc.
Passos
Coelho e o seu governo ditatorial, escolhido por maioria daqueles que
foram votar – porque a verdadeira maioria dos portugueses não votou
Passos Coelho, sendo que afinal ele representa uma minoria – faz o que
considera por bem. E o bem para ele é explorar-nos enquanto pode e
levar-nos ao fundo do poço da miséria. O bem para ele é fazer as devidas
sangrias nas classes que toma por prontas a explorar, os pobres e a
classe média principalmente. Curiosamente, classe média que nele votou
embalada e enganada que foi naquele chorrilho de mentiras que durou
meses e produziu uma lavagem ao cérebro dos que estavam irados com José
Sócrates. Nem pensaram que estavam a hipotecar as liberdades, dignidade,
democracia, justiça e futuro. Eis o resultado.
Sócrates
já se foi e sabe-se há muito que não é o único responsável por sermos
governados por um bando de mentirosos e parasitas ressabiados das alas
direitistas com sede de poder. Novos e velhos, de Belém a São Bento,
Portugal está entregue aos poderes de quem conduz o país aos tempos da
ditadura.
Isso
mesmo percebemos quando um ministro das polícias, dito de Administração
Interna, quer fazer da vigilância vídeo do país algo que é
inconstitucional e que foi reprovado pela respectiva Comissão. Vai daí o
ministro diz que vai perseguir os seus objetivos. Certo que está de
conseguir violar o que é garantia constitucional. E ninguém duvide que
ele vai mesmo conseguir. Igualmente um bom vai daí para Miguel Relvas,
um ditador após a pele visível, que diz que o seu parceiro ditador
Obiang, da Guiné Equatorial, será bem-vindo à CPLP. Evidentemente que
sim. Mais ditador, menos ditador, que diferença fará?
Vai
daí prepara-se tudo e mais alguma coisa para enquadrar ainda mais a
comunicação social e a própria internet numa malha de censura
democrática. Cujo significado fica-se pela simples censura.
Vai
daí, gozando da possibilidade oferecida por esta direita ressabiada que
ocupa Belém e São Bento - que alastra com os boys e girls pelo país, o
diretor da PSP sentiu-se à vontade para falar com modos de antigamente,
mostrando-se uma reles cópia dos tempos salazarentos das PIDEs e das
polícias de choque do capitão Maltês. Reles porque nem o Maltês nem o
Silva Pais davam preleções ridículas perante a comunicação social. Não
davam. Mas, vai daí, o diretor da PSP nem escondeu que tinha polícias à
civil entre os manifestantes contestatários às políticas do governo que
serve – depreende-se que em qualquer manifestação. O que ele não disse
foi que esses polícias têm de desempenhar as funções de agitadores, que é
para dar uso aos escudos e bastões, ou pistolas, aos gazes e o que mais
tiver de parafernália contra o povinho. Sobre isso nem uma palavra.
Existem os vídeos e as fotografias dos tais agentes à civil que até
vimos serem agitadores na última manifestação frente ao Parlamento de
São Bento. Ou não serão agentes e todos nós estamos errados? Porque não
desmentem? Porque esse ministro das polícias tão “democrata” não nos vem
garantir que os indivíduos das fotos e dos vídeos não são agentes da
PSP ou de outra polícia qualquer? E se não são porque razão estão em
várias fotos em perfeita harmonia com os seus colegas PSPs? Perdão,
colegas não… Talvez conhecidos… Ou talvez nem isso. Estavam por ali, por
acaso, misturados com a polícia. Os malandrecos.
Será
bem recordar ao diretor da polícia que os portugueses com melhor
memória e passado sofredor nos tempos da ditadura conhecem muito bem
todos esses métodos ilegais, ainda agora, para gerarem violência e
desacreditar os que contestam com toda a razão as políticas
antinacionais e desumanas impostas pelo regime do governo que o diretor
da PSP serve. Será bem que os mais novos atentem nas experiência desses
antifascistas e democratas e não se deixem ludibriar com tais métodos.
Métodos desonestos e ilegais, reveladores de uma direção de polícia que
cheira demais a “antigamente”. Aliás, o modo como o diretor falou, após a
manifestação do dia da greve geral, foi esclarecedor do que lhe vai na
mente e nas intenções. Portugueses houve que julgaram estar nos tempos
de Salazar-Caetano. Ainda não, mas está quase.
Tudo
isto é fruto de uma direita ressabiada que vai fazer-nos suar as
estopinhas e se precisar também fará jorrar sangue. Recordem o passado,
atentem no presente, previnam o futuro, para que o tempo não volte para
trás. Votar para trás é o refrão que os que atualmente detêm o poder
repetem e vão pondo em prática. Não estão a dar por isso?
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Sábado, 3 de Dezembro de 2011
CAXINEIROS, COM A MORTE NA ALMA POR COMPANHIA
Pescadores
de Caxinas, Vila do Conde, fintaram a morte por milímetros. A
informação da RTP mostrou muito bem e em exclusivo, algumas das
reportagens, como foi e o que sofreram aqueles pescadores que com um
grande quinhão de sorte escaparam com vida depois do barco em que
trabalhavam se ter afundado. Passaram dias numa balsa a tiritar de medo,
de frio, já sem esperança, nas palavras de um dos náufragos
entrevistados.
A
reportagem de uma das entrevistas tinha por cenário o interior de um
autocarro e um jovem pescador que com olhos aparentemente incrédulos,
por estar vivo, mostrava a quem o via a sua condição humilde e
esforçada, em trabalho duro mas sempre mal remunerado. Pescador,
profissão perigosa.
Quem
correrá sistematicamente mais riscos nas suas profissões senão estes
homens, pescadores, ou os operários da construção civil e de outras
profissões que quase sempre são muito mal remunerados. Operários da
industria naval e outras incluídos neste rol infindável de profissões
com riscos elevados de acidentes mortais ou de gravidade que inclui
amputações, paraplegias, etc. E recebem subsídios de risco? Acaso têm
sistemas de saúde exclusivos com um grande rol de benefícios para eles e
para os familiares? Não. Mas deverá ficar claro que as suas profissões
são de bastante risco. Pelas estatísticas, assim de cor, poderemos dizer
que em média, de três em três dias, há um acidente mortal que abrange
quase sempre estas profissões.
Entretanto
vimos polícias a reivindicarem isto, aqui e aqueloutro. E até vimos
outros de outras profissões muito mais privilegiadas reivindicar,
reivindicar. Parece que quanto mais têm mais querem. O que não será
errado se tiverem pouco. Pergunte-se: quantos polícias no estrito
cumprimento da profissão morrem? Qual é a média? Sem recorrer a
estatísticas sabemos que é uma média ínfima se compararmos com os
acidentes de trabalho noutras profissões operárias. Podemos concluir que
não tem cabimento os polícias e similares receberem subsídios de risco?
Decerto que não se fosse reconhecido e posto em prática o mesmo para
determinadas profissões e exercício de determinadas funções arriscadas
na construção civil e noutras profissões operárias. Por exemplo. Não é o
que acontece, antes pelo contrário. Além de quase sempre existir falta
de segurança no trabalho também a segurança quanto à sustentabilidade
desse emprego é nula. Quem viu polícias caírem no desemprego às dezenas?
Antes pelo contrário, cada vez há mais recrutamento de polícias. Quem
vê milhares, dezenas de milhares de operários caírem no desemprego?
Todos nós.
Esta
mentalidade de determinados indivíduos, quase todos, que tiraram aquilo
a que chamam um curso superior – vá-se lá saber porque o consideram
superior –, verem a plebe como carne para canhão e pronta a explorar é a
principal causa da falta de segurança a que os trabalhadores em
profissões de risco têm de se sujeitar, assim como as péssimas
remunerações e outras más condições de trabalho. Foi, é, e será –
enquanto nada for corrigido – a razão porque há pescadores que morrem
mas que podiam ainda hoje estar entre nós, entre os seus familiares e
amigos. Aos que vão para o mar não lhes é proporcionada a segurança
adequada. Alega o governo e os organismos que tutelam a pesca que “é a
crise, que não há uns quantos milhões” para dotar de equipamento
adequado as embarcações e um sistema avançado de sinalização. Pois será.
Será uma estulta desculpa que já ouvimos há imenso tempo. Entretanto há
quase cem mil euros para um automóvel para um ministro, e para outro
além, e mais além… Entretanto Paulo Portas “perdoou”cerca de 190 milhões
de euros a uns quantos com quem fez negociata com submarinos, digo, com
uns Pandurs – carros de combate. Entretanto os políticos que nos
parasitam desbundam. Entretanto viajam a eito para aqui e para ali.
Entretanto inventam cargos para os amigos, sobrinhos e enteados, se for
conveniente. Muitas vezes até é.
Não
deixa de ser curioso que os que mais se revelam gananciosos são
exatamente aqueles que se dizem com cursos superiores. Esses mesmos que
na construção civil, por exemplo, são doutores e engenheiros de topo,
são gestores e levam camiões TIR de euros para as suas contas bancárias
sem que possamos compreender o que fizeram de tão mirabolante e
produtivo para ganharem às centenas de milhares, aos milhões algumas
vezes e por junto. Temos o exemplo de Jorge Coelho, um dos grandes
gananciosos de Portugal e ex-colónias, dito socialista porque é
militantes e foi dirigente do partido que teve e mereceu esse nome mas
que já devia ter feito a respetiva e lógica correção porque de
socialista nada tem e socialistas… Devem contar-se pelos dedos de uma
mão. Isto com muito boa vontade. Obviamente que do social-democrata PSD…
Se não fosse a crise até podíamos dar umas boas gargalhadas. E assim,
por aí fora relativamente a outros partidos políticos.
São
então estes senhores de cursos superiores que sabiamente dizem que para
se crescer temos de empobrecer. Eles dizem: temos. Mas não empobrecem.
Quem empobrece é o país. E o país é povo, não são esses proxenetas de
canudo. Diplomados em parasitarismo e ganância. São esses, que têm
levado o país para o descalabro com as medidas que têm decretado. Caso
de Cavaco Silva, entre outros, que contribuiu bastante para o caos em
que está o setor da agricultura e das pescas em Portugal. E agora é
Cavaco que diz que temos de ser auto-suficientes, sacudindo as suas
responsabilidades… Como se todos nós esquecêssemos!
É
por estas misérias de mentalidades doutorais e políticas que temos
centenas de milhares de portugueses a tenir de fome frio. Número que
cresce cada vez mais. Que chegará rapidamente aos milhões, se é que não
está lá já. Entretanto nada é feito acerca das reformas
injustificadamente elevadas. Cavaco recebe só… cerca de 10 mil euros
mensais. Outros haverá que recebem mais. Por quase nada. E deputados e
outros, reformados com 40 anos e menos. Que vão acumulando reformas e
mais isto e aquilo. A gananciar, sempre a gananciar e a tirar o pão para
a boca aos pescadores e outros plebeus que sem cursos superiores
conseguem pôr-lhes na mesa a comidinha que eles consomem em opíparos
banquetes. Os pescadores que vêem muitas vezes a morte a acenar-lhes, a
puxá-los, como estes, de Caxinas, que tiveram a morte bem à vista.
Depois de Escrito
Não
se infira sobre o que é afirmado acerca de certos e incertos ganaciosos
e parasitas de cursos “superiores” e de “doutores e engenheiros” que o
correr da pena leva tudo e todos na mesma consideração. Claro que há
muitos licenciados e até doutorados que não fazem parte daquela raça
maligna. Aliás, muitos deles e delas até são suas vítimas. Acabando por
ser plebeus que estudaram para serem escravos, e há imensos nessas
circunstâncias. Esses, que também sentem na pele o desemprego, a
inutilidade de terem andado a queimar pestanas também são plebeus. Que o
sintam sempre, mesmo quando um dia chegarem ao topo, se chegarem.
Primem pela honestidade e pela justiça e decerto que teremos uma
sociedade muito melhor.
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Quinta-feira, 24 de Novembro de 2011
A GREVE ESTÁ POR TODO O LADO E A PENÚRIA DE PORTUGAL TAMBÉM
São
passadas cerca de duas horas do dia 24, dia de greve geral em Portugal.
A greve está na rua e por todo o lado, as principais cidades, como
Lisboa e Porto, estão praticamente sem transportes antes da meia-noite.
Mesmo os táxis, em Lisboa, parecem ter recolhido às suas garagens. Vá-se
lá saber porquê. Visível é que há menos movimento na capital do que é
normal. Informam que no Porto a cidade começou a recolher mais cedo a
casa e que transportes é coisa que escasseia ou que nem há mesmo. A
solução foi ir de boleia ou a pé para aqueles que saíram a horas mais
tardias dos empregos. É a greve que está por todo o lado e a penúria de
Portugal também.
Apesar
de tudo não deixa de ser curioso que em sondagem da Marktest, de há
dias, o PSD e Passos Coelho continuam com um alto nível de popularidade.
A encomenda foi da TSF e do Diário Económico. Diz o site da TSF que
aquilo a que chama o Barómetro Marktest mostra que “os
sociais-democratas parecem imunes aos efeitos políticos da austeridade”,
para além da sondagem revelar que o “PSD é o único partido em alta na
comparação com Outubro, os sociais-democratas recuperam quase 4 pontos
percentuais, convencem agora 45,4 por cento dos 804 inquiridos e deixam o
PS a 26 pontos de distância.” Os restantes partidos políticos conseguem
percentagens tão ínfimas que nem merece referir.
Esta
técnica de sondagens é curiosa. Há milhões de pessoas que gostaria de
saber, compreender, como têm o arrojo de chegar a estas conclusões
relativamente às opiniões de um país de mais de dez milhões de
habitantes inquirindo 804 pessoas. Interessante seria saber o que é que
isto ao ser divulgado influencia, se é que influencia. Uma coisa é
certa: há portugueses, neste e noutros casos, que tomam conhecimento
destas sondagens reportam-se ao facto de habitarem num país de
aldrabões, de corruptos, de vigaristas e se tiverem necessidade limpam o
traseiro com o resultado das sondagens e não pensam mais nisso. Ou será
que pensam?
O
que se deve perguntar é como será possível tomar por certo o resultado
deste denominado Barómetro vendo no quotidiano que uma vasta maioria
está contra as medidas do governo. Vendo que uma vasta maioria considera
os governantes mais mentirosos que os do governo de José Sócrates, que
uma vasta maioria diz que só votaram em Passos Coelho porque acreditaram
naquilo que disse em campanha eleitoral mas que afinal ele está a
governar ao contrário daquilo que prometeu e que não há memória de
tamanho aldrabão a ocupar o cargo de primeiro ministro. Assim sendo onde
estão os inquiridos que podiam fazer descer o barómetro a Passos
Coelho, não tendo de fazer subir obrigatoriamente os resultados dos
outros partidos ou mesmo do PS? Ou é obrigatório escolher um? Qual é a
técnica para chegar a estes valores? Cheira a manipulação,
independentemente de alegarem que são métodos científicos. É que os
portugueses estão a ficar na penúria e reportam as responsabilidades ao
anterior governo, do PS, mas também consideram que este governo de
Passos Coelho é terrível, para além de se saberem ludibriados por um
mentiroso de alto calibre. E mesmo assim a popularidade do
primeiro-ministro está em alta? Estranho.
Segundo
este Barómetro Cavaco Silva volta a subir na popularidade. Outro
milagre Marktest mas que podia ser de outra marca de sondagem qualquer…
Assim como assim… Cavaco, a quem já chamam o Rolhas – porque parece que
engole as ditas e pouco fala ou quando fala de nada adianta. Mas também
subiu. Ele há coisas…
Contrariando
a sondagem, o tal Barómetro, parece que a adesão à greve de hoje está
para valer. Deve ser graças ao alto nível de popularidade de Passos
Coelho, do PSD e de Cavaco Silva. Estranho.
MINISTRO À DEFESA E A FAZER VALER A FALTA DE MEMÓRIA
A
fazer crédito em declarações do ministro da defesa, Aguiar Branco “Não
se pode mudar na rua o que os portugueses decidiram nas urnas”.
Referia-se o tal ministro à greve geral escassas horas antes do seu
início.
Não
importa para aqui o que ele mais pronunciou. Atentemos num facto:
Aguiar Branco quis fazer valer os resultados eleitorais para legitimar
as medidas drásticas e desumanas que estão a pôr Portugal e os
portugueses na penúria. Votaram, temos uma maioria, podemos fazer aquilo
que acharmos por bem (bem, para a sua corja) e de nada servem greves e
manifestações, deve ser o que pensa.
A
falta de memória de Aguiar Branco, e de todos que compõem o governo de
Passos Coelho, é que conseguiram uma maioria de votos porque mentiram
durante a pré-campanha e a campanha eleitoral. É liquido que compõem o
maior bando de mentirosos, aliás, é como são conhecidos e referidos
pelos portugueses. Há a acrescentar que Aguiar Branco e os seus
associados do governo PSD-CDS também estão com falta de memória acerca
da maioria que representa a abstenção e os outros partidos políticos –
por mais pequenos que sejam. É que nos cerca de 10 milhões de eleitores
os votos expressos para o PSD e CDS totalizaram 2.813.729 e as
abstenções somaram 4.035.539, mais cerca de 200 mil de votos brancos e
nulos. Os restantes partidos políticos no seu conjunto, incluindo o PS,
representaram cerca de 3 milhões de votantes. Fácil será de compreender
que a maioria do PSD-CDS é uma minoria se for tomado em consideração que
há cerca de 7 milhões de portugueses que não contribuíram para a
eleição do atual governo e que portanto ele não representa as suas
vontades e perspetivas, antes pelo contrário. Relativamente a Cavaco
Silva também acontece o mesmo, ainda pior. Tomou posse como presidente
da república por uma eleição ínfima em números de votantes seus, salvo
erro nem 2 milhões atingiu. É o método, é a democracia que não é
democracia alguma mas está a ser a que convém aos interesses instalados,
adversos a Portugal e aos portugueses. Acontece neste país como
noutros.
Regressando
à teoria de Aguiar Branco, afinal é na rua que pode estar a maioria per
capita e não nos resultados que o ministro à defesa evocou, quer isso
dizer que se pode mudar na rua as tramas que o governo de Passos tem
feito valer e nos pôs na penúria, com o agravante de dizerem e nós
sabermos que os sacrifícios, a miséria, a fome, o desemprego, ainda vão
agravar-se muito mais.
Independentemente
das regras impostas nesta pseudo democracia o que é facto é que a
maioria dos portugueses, dois terços dos cidadãos com capacidade
eleitoral não votaram em PSD-CDS, nem aprovam que passem de pobres a
terrivelmente pobres, a miseráveis. Que é para onde Passos está a levar a
maioria dos portugueses. Assim sendo a que representatividade de facto
recorre Aguiar Branco? Acresce a razão de Passos Coelho ter sido o maior
mentiroso que ocupa a cadeira de primeiro-ministro e ter recorrido a
uma campanha eleitoral completamente enganosa, criminosa, porque razão
não deve o governo ser sensível ao que a maioria requer e manifesta
nesse sentido? Mas que democratas são estes enfatuados que nos querem
continuar a enganar, depois de tanta mentira, dizendo mais mentiras e
fazendo declarações sob parâmetros por eles criados para se valerem e
fazerem valer as vontades de minorias.
Se
tiver que ser na rua, pois que se mude o que tiver de ser mudado. Que
prevaleça a vontade da maioria de facto e não a maioria que sendo
minoria governa o país rumo à miséria.
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Portugal
Domingo, 20 de Novembro de 2011
SÓ É ENGANADO MAIS QUE UMA VEZ QUEM QUER... OU É TONTO
Não
faço a mínima ideia em que manuais de economia foram rebuscar os
princípios de que temos de ficar miseráveis para que depois possamos
enriquecer (crescer). Se assim fosse certamente que os detentores de
grandes fortunas optariam por ciclicamente miserabilizarem-se, talvez
alienando as fortunas, para depois partirem da estaca zero e voltarem a
enriquecer e desfrutarem de fortunas muito maiores que as que detinham
anteriormente. Que se saiba não é isso que umas poucas de dezenas de
afortunados portugueses fazem. Nem é a prática dos mil e tantos
ultramilionários que detêm dois terços do poderio económico e financeiro
mundial.
Se
bem ouvimos, e de certeza absoluta que escutámos bem, Passos Coelho,
provado mentiroso inato, foi isso que disse não há muitos dias. Grosso
modo disse que tínhamos de “empobrecer para depois crescermos”
(enriquecer). A teoria talvez tenha sido emprestada a Passos Coelho por
um dos super economistas que o têm acompanhado nesta devassa de nos
miserabilizar para que uns quantos possam enriquecer ainda mais. E esses
quantos até podem nem ser todos portugueses. Aliás, não são todos. Os
da troika, funcionários ao serviço da alta finança mundial devem
concordar com a teoria, até talvez tenham sido eles a venderem a ideia
cobrando juros altíssimos – porque eles não fazem nada de borla – e o
mentecapto Passos Coelho aderiu e tem vindo a pôr em prática a super
lição dos agiotas da troika e dos agiotas e imbecis que a seu lado
compõem o desgraçado governo PSD-CDS, apadrinhado pelo esfíngico capanga
Cavaco Silva. Um presidente, uma maioria, um governo que nos pisa e
repisa, que nos desgraça com a candura de diabos à solta rumo ao
descalabro nacional, como é vontade de muitos da laia de Ângela Merkel,
uma refinada alemã de leste que procura sobrepor-se à democracia, à
solidariedade, à unidade igualitária dos países, povos e líderes que
acalentaram o sonho de uma Europa Unida.
Devido
a estarmos a seguir a par e passo, diria que passos à frente, a receita
dos agiotas da troika, mais de metade dos portugueses já estão na
miséria, dentro em pouco outros seguirão o mesmo caminho. Famílias
perdem empregos, famílias perdem casas, a fome já é em números enormes,
os sem-abrigo crescem nas estatísticas e de facto, as instituições vêm
dando os alarmes insistentemente e Passos Coelho assobia para o lado e
diz baboseiras como as que lhe ouvimos frequentemente. A indiferença de
Cavaco Silva enquanto presidente da República é assombrosa. Ele de vez
em quando fala e diz uma ou outra coisa que nos agrade escutar mas
aquilo não passa de mera hipocrisia porque o caminho desta maioria,
deste governo e deste presidente é aquele que nos levará ao fundo, ao
esclavagismo, ao descalabro que foi combatido e derrubado em Abril de
1974 e começado destruído logo no dia seguinte por vilões da espécie de
Passos Coelho e Cavaco Silva. Refiro-os pela simples razão de serem os
protagonistas mais notórios em todo este processo de nos miserabilizar,
explorar e oprimir.
A
realidade é bem clara e evidente. Os portugueses não têm que ter
dúvidas sobre as intenções da troika nem dos portugueses ao seu serviço e
ao serviço da alta finança mundial. Sensato e imprescindível para a
nossa sobrevivência enquanto povo e país é tomar as atitudes corretas
que transmitam claramente aos obreiros da nossa desgraça que os
sacrifícios que nos têm imposto já são demais, que têm um limite, e que é
hora de recuarem e escutarem a agonia em que os portugueses sobrevivem.
No próximo dia 24 teremos oportunidade de fazer notar que estamos
fartos de miséria e deste enorme défice de justiça e de democracia.
Portugal não se libertou do salazarismo para agora voltar a ter de se
submeter a regime idêntico com a capa cínica de democracia. Todos
sabemos que a resposta a dar é um rotundo não à atual situação, aderindo
conscientemente à greve geral que dentro de quatro dias poderá dar o
sinal inequívoco de que os portugueses não estão mais dispostos a ceder
nem a acreditar em mentiras de Passos Coelho, dos do seu bando, nem em
Cavaco Silva. Queremos democracia, queremos justiça, queremos liberdade.
Não queremos o esclavagismo que nos está a ser imposto.
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Flávia Buceta Martins,
Portugal
Sábado, 19 de Novembro de 2011
BOA VIDA, A DOS VIAJANTES À CUSTA DA MISÉRIA DE MILHÕES
Raramente
se passa um dia sem que os políticos na generalidade ou membros do
governo e o presidente da república em particular não afirmem e nos
recordem (como se pudéssemos esquecer) que temos entre mãos e pés uma
grande crise. Este “temos” decerto que se refere exclusivamente a nós,
não aos que são os que mais ordenam, governo e presidente - com toda a
casta de golpistas do tal “mercado” que nos impôs uma ditadura.
Se
estamos em crise não parece, por eles tanto viajarem. Paulo Portas,
ministro dos negócios estrangeiro quase não o vimos em Portugal. Corre
mundo. Decerto exageradamente, gastando em demasia e com menos proveito.
Cavaco Silva também anda num virote e num fartote de viajar e
atravessar o Oceano Atlântico, para lá e para cá, por duas vezes em
compasso de pouco mais de uma semana ou provavelmente nem isso. Primeiro
foi à América do Sul, à reunião dos países ibero-americanos, regressou a
Portugal, para logo de seguida se deslocar numa passeata aos EUA.
Entretanto Passos foi ao Brasil e só depois para o encontro
ibero-americano. E Paulo portas estava por lá, por todas ou quase todas.
Esta
semana, para Passos Coelho foi tempo de Angola e mais nem sabemos bem o
quê. Continente africano com ele! Entretanto Paulo Portas anda sempre
com um pé num avião, outro noutro e a cabeça, pelos vistos, no ar. Isto
somente para falar destes três personagens. Porque depois há os
governantes ou mandados por esses que vão voando para aqui e para ali a
ritmo assustador. Tal ritmo nem nos permite saber bem as razões porque
viajam tanto. Que é uma loucura lá isso é.
Pergunta
o cidadão comum a razão de tanta viajem. O que trouxe de mais valia ao
país a viagem de Cavaco Silva aos EUA? Quanto foi gasto e suportado
pelos portugueses sempre pagantes, pelos que têm mesmo de suportar e se
necessário passar carências devido à crise? Era assim tão importante
Cavaco Silva ir passear aos EUA? Para que foi? Para falar com Obama?
Fazer-lhe uma visita de cortesia? Para visitar paragens de emigrantes
portugueses nos EUA. Aqueles portugueses que tiveram de fugir do país
por tanto serem maltratados pelo regime dito democrático? Que vantagem
trouxe para o bem comum Cavaco passear-se? Decidiu alguma coisa de
importante, fez render justamente a sua deslocação comparativamente ao
despesismo que tal viagem implicou? É óbvio que não. Se assim não é,
pois que expliquem racionalmente o que foi que o senhor de Belém foi
fazer aos EUA que trouxesse vantagens para o país. E à cimeira ibero
americana, o que foi lá fazer Cavaco Silva? Não é o governo que decide?
Então para que foi lá Cavaco? Ou porque se juntaram lá tantos
representantes de topo de Portugal, mais os assessores, assistentes, os
mordomos, etc? Um só daqueles três, com o seu staff, não bastaria?
Disto
acresce às despesas ajudas de custo de muitos milhares de euros.
Quantos não sabemos. Ou não recebem ajudas de custo pelas deslocações?
Certamente, e mais isto e aquilo. Qual o valor destas faturas? Seria
possível evitar tais gastos? Certamente.
Angola.
Pois Paulo portas ainda não há muito tempo esteve em Angola. Porque
razão teve de lá deslocar Passos Coelho? O que lá foi fazer não podia
ter sido conseguido de outro modo mais económico? Numa vídeo-conferência
não conseguiriam, ele e Eduardo dos Santos, acertar o que houvesse para
acertar. Porque razão teve de ir lá passear Passos Coelho? Ou terá sido
Angola que pagou todas as despesas e Passos Coelho foi numa situação de
verdadeiro pendura? Certamente que não. Certamente que estão a ir ao
bolso dos portugueses com tantas passeatas. E isto é havendo a tal
crise, fará se não existisse.
Pergunte-se
ao fim de um ano quanto seria possível poupar nestas passeatas que
certamente são estéreis no retorno de vantagens para Portugal e para os
portugueses. Passeatas e mais passeatas… e os portugueses a andarem a pé
e sem comer. Boa vida, a dos viajantes à custa da miséria de um povo.
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Quinta-feira, 17 de Novembro de 2011
MARINHO PINTO, O BASTONÁRIO QUE INCOMODA PODERES INSTALADOS
Helena Brito Zenha
O
Bastonário da Ordem dos Advogados é incomodo para gregos e troianos,
para poderes instalados e a instalar. Muitíssimas vezes diz o que tem
que dizer sem papas na língua, frontalmente. Aponta e comprova sem
medos, sem olhar talvez às suas “conveniências nos negócios" que lhe
poderiam assegurar um bom futuro financeiro e lugar de destaque, quiçá
talvez na política. Mas ele não, Marinho Pinto atira-se aos cornos dos
toiros com aquele ar encorpado e voz tonitruante enquanto a praça (o
pais) faz silêncio ao ver touros desembolados, a medi-lo com olhos de
quem lhe quer dar umas valentes marradas. E dão, só que com ferimentos
de pouca monta, nem arranhões se podem classificar.
Não
foram uma, nem duas, nem três vezes que Marinho Pinto já apontou
determinadas facetas de deputados e eventuais lobbies que servem, mas
daí nada acontece. Os políticos fazem ouvidos de mercador e lá vão
aproveitando o tempo que passa para encherem os odres… No governo de
José Sócrates também não houve meias-medidas e houve os que tiveram de
comer e calar. Agora, Marinho Pinto está atento aos atuais políticos no
poder. Ao dos do governo de Passos Coelho. A começar por uma prioridade,
a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.
Diz
Marinho Pinto que "O sr. primeiro-ministro deve explicar o que se passa
com o Ministério da Justiça para ser entregue a um escritório de
advogados de Lisboa". Acusando a ministra da Justiça de “nomear amigos e
familiares” para cargos no ministério que lidera. E justifica a
acusação, exemplificando com a nomeação do advogado João Correia, que,
segundo Marinho Pinto, é "cunhado da senhora ministra", para coordenador
da Comissão da Reforma do Processo Civil. E nomeação do "sócio" de João
Correia para chefe de gabinete de Paula Teixeira da Cruz, o também
advogado Miguel Barros. Acrescentando que "o Ministério da Justiça foi
praticamente entregue ao dr. João Correia" e que "se calhar a senhora
ministra não era capaz de sozinha tomar conta daquele ministério"
precisando "dos sócios, amigos e colaboradores do dr. João Correia". O
bastonário disse "não saber" se "é porque João Correia é cunhado" de
Paula Teixeira da Cruz "ou por outras razões", "mas que isto tem que ser
explicado". Marinho Pinto referiu ainda a nomeação de Júlio Castro
Caldas, "também sócio de João Correia" para "uma comissão de revisão do
Código Penal", como exemplos. E desafia a ministra: "Ela que diga onde
está a mentira".
Como
o Bastonário disse: “O sr. Primeiro-ministro deve explicar o que se
passa com o ministério da Justiça para ser entregue a um escritório de
advogados de Lisboa”. E deve, Passos Coelho, o anjinho que mentiu aos
portugueses como não há memória que algum político tivesse mentido – por
isso chamarem a este governo um bando de mentirosos – deve uma
explicação que se impõe rápida, principalmente porque era ele que
acusava os seus antecessores de clientelismos, de jobs para os boys,
etc. Vai-se a ver e temos mais do mesmo ou ainda muito pior.
Compreensivelmente as oposições a este governo não falam no assunto nem
exigem esclarecimentos. Quem tem telhados de vidro…
Sempre
se soube desde o inicio que Paula Teixeira da Cruz não tem competência
para ministrar seja em que pasta for. Paula Teixeeira da Cruz é uma
amiga de longa data de Pedro Passos Coelho, ele sabe bem das limitações
de que ela padece, mas é uma amiga… Passos foi o primeiro, neste caso e
decerto noutros, a assegurar Job para a girl, independentemente de ela
ser incapaz de levar por diante um ministério competente. Também por
isso a ministra se rodeou de familiares e amigos, sempre lhe dão apoio…
moral e está mais à vontade.
Não
se espere que a Justiça, a tão malfada Justiça em Portugal, melhore com
esta ministra e com a panóplia de amigos e familiares que rodeiam Paula
Teixeira da Cruz. Esperemos o contrário e que naquele ministério e no
setor tudo vá de mal a pior. Desta situação, vantagem e dividendos
positivos serão beneficio da Paula Teixeira da Cruz e da sua trupe. Jobs
for the boys and girls e mais aquilo que se sabe… Vantagens para
Portugal e para os portugueses nenhumas, para eles é tudo à farta.
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Helena Brito Zenha
Domingo, 13 de Novembro de 2011
SE NÃO É GATO É GATA OU… ENRIQUECIMENTO CONVENIENTE
Por Bernardo Belo Cunha
O
Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, esteve presente no
Congresso dos Advogados que este ano se realizou na Figueira da Foz.
Verbalizou em declarações veiculadas pela comunicação social que
“defende a introdução na legislação portuguesa de enriquecimento
ilícito”. Ora outra coisa não seria de esperar do PGR numa legislação
que tarda e que até todos nós sabemos a razão porque tarda. Olhemos os
políticos e vejamos como enriquecem. Bem, mas talvez que não seja por
cometimentos ilícitos, uma vez que os políticos e os seus lobbies têm a
possibilidade de legislar de acordo com interesses que suspeitamos (?)
não serem os que interessam à transparência, à honestidade, ao país, aos
portugueses. Prossigo.
Mas,
disse Pinto Monteiro, que essa legislação deve respeitar a
Constituição. Saiba o PGR que os cidadãos não esperam outra coisa. Nem
fará sentido legislar não respeitando a Constituição. Alertou Pinto
Monteiro que quem enriquece ilicitamente deve ser punido mas que se a
lei não respeitar a Constituição de nada serve. Ele especificou: "Que
seja punido sim mas, obviamente, tem que se respeitar a Constituição.
Para que é que serve o crime de enriquecimento ilícito aprovado na
Assembleia da República se um juiz, logo de primeira instância, não o
aplicar por o considerar inconstitucional?", inquiriu Pinto Monteiro.
"Não serve de nada".
Aqui
é que está o busílis. É que segundo afirmam entendidos o governo quer
fazer valer uma lei que é inconstitucional… Ora, então, tudo indica que
de nada serve, como diz o PGR, e qualquer um de nós percebe ser do
interesse dos que enriquecem ilegal e ilegitimamente… Não deixa de ser
curioso que o governo de Passos Coelho saiba que lança uma lei
inconstitucional e que avance com ela contra tudo e contra todos,
excepto contra os criminosos. É curioso, não é? Qual será o interesse de
andarem na AR há tantos anos para gizar e aprovar uma lei que já tarda
há décadas? Qual foi o interesse do PS? Qual será o interesse do CDS e
do PSD? Haverá algum interesse?
Quem conhece o termo “Se não é gato é gata”? E a "fala" do Sherlock Holmes: "É evidente, meu caro Watson."?
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Sábado, 12 de Novembro de 2011
SAUDOSISTAS APROVEITAM BACORADAS DE OTELO
Por Marco Orfeu e Melo
Otelo
Saraiva de Carvalho, coronel reformado e figura de muita importância na
estratégia e comando do 25 de Abril de 1974, mostrou-se descontente com
este tipo de governação de Passos Coelho-Paulo Portas-Cavaco Silva. Vai
daí, disse, entre outras coisas, que se mexerem demais com os militares
pode vir a acontecer o derrube do governo por aqueles. Decerto através
de um golpe de estado.
Otelo
mostrou uma vez mais que depois de tantos anos nada aprendeu sobre
comunicação. Otelo era e continua a ser um bronco. Talvez mesmo um
inadaptado à democracia – o que é coisa que afeta bastantes militares
habituados ao quero, posso e mando.
Otelo
falou, usou de um direito que lhe assiste, deu a sua opinião, e logo
apareceram uns titubeantes legalistas dizendo que o que disse pode ser
encaixado numa qualquer prerrogativa de crime por o coronel estar a
incitar à violência. Num título de jornal até podíamos ler que o PGR
disse que sobre Otelo nada havia de inquérito, para já. Este para já é
que cheira mesmo a Salazar. Inquérito porquê? Porque Otelo deu a sua
opinião? E quem é que naquelas palavras (disparatadas e inconsequentes)
consegue ver incitação à violência? Só um tipo que ignore que nem sequer
em 1974 houve violência no derrube do fascismo salazarista. E também um
tipo que ignore que Otelo teve funções de estratégia e coordenação nas
horas mais importantes do golpe militar, horas e horas seguidas… e
violência não houve. E agora é que ele estava a apelar e a incitar à
violência? Não será que há aqueles cagarolas que querem penalizar o
delito de opinião e que procuram pretextos em interpretações forçadas?
Estamos a voltar ao antigamente? Pois estamos, como quem não quer que se
perceba a coisa… estamos. Nada nos deverá admirar que Otelo e muitos
outros, só por veicularem as suas opiniões sejam considerados
criminosos. Os corruptos não o serão, certamente… e o PGR sabe isso
muito bem. Como nem sonhamos.
Em
publicação de hoje apareceu Otelo dizendo que gosta de dar umas
pedradas no charco, pois claro, ele entendeu que dizendo o que disse ia
fazer abanar uns quantos capacetes e pôr a funcionar uns quantos miolos.
E só isso. É isso que significa uma ou várias pedradas no charco. Dar
uns abanões com umas broncas. Para tal nada melhor que um bronco como
Otelo.
Disse
Vasco Lourenço, outro militar de Abril de 1974, que as declarações de
Otelo foram disparatadas e que envergonhavam os militares de Abril. Por
favor, que exagero. Os militares de Abril estão no topo da consideração
dos portugueses desses tempos e não será por bacoradas de Otelo que
perdem o valor e a alta consideração que merecem. Quanto às novas
gerações… os militares de Abril nada significam. Não, porque os jovens e
portugueses talvez até aos 50 anos não sabem o que é viver em regime
ditatorial. Por isso, porque de geração para geração existe uma coisa
chamada "apagar a memória", é que Passos Coelho é primeiro-ministro, e
José Sócrates fez o mal que fez a este país. E antes dele assistimos às
palhaçadas de Cavaco, de Durão Barroso, Santana Lopes... Por isso é que
temos em Portugal um indivíduo na presidência da república que cheira
por todos os poros como um Salazar deste século. Falso como Judas. Por
isso é que estamos a passar mal e a ver destruírem todas as conquistas
democráticas que fez de Portugal uma referência positiva aos olhos do
mundo, com um povo pacífico que depois de 50 anos de ditadura usou
cravos nos canos das armas. Só por isso as bacoradas de Otelo foram
mesmo só isso, os tratantes no governo e nos outros poderes que não
arranjem desculpas com isto para instalar a repressão inconstitucional e
antidemocrática. Delito de opinião é coisa que não existe em
democracia, só nas mentes saudosistas dos de “antigamente”.
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Portugal
Sexta-feira, 11 de Novembro de 2011
PESADELO A QUANTO OBRIGAS
Em
Portugal, na Assembleia da República, no Parlamento, tem sido hoje dia
de discussão e dissertações sobre o OGE que crucificará ainda mais os
portugueses de menores recursos e também os portugueses da classe média
baixa, da classe média-média e média-alta. Os ricos não estão dispostos a
pagar a crise e assim sendo não a vão pagar, independentemente de serem
ou não causadores dessa mesma crise.
Assistimos
no Parlamento de Portugal a verdadeiras diatribes sobre o sexo dos
anjos entre os deputados dos partidos do arco do poder, até hoje
exercido pelo PS, PSD e CDS, em vez de abordagens sérias e propostas
reais de contenção de despesas a recair sobre os que também têm imensas
responsabilidades no escoar dos bens públicos; os políticos, os gestores
aliados a esses mesmos políticos, os assessores, etc., etc. Salientemos
aqui que também os reformados da política, os deputados, estão
englobados na afirmação anterior. Esses e mais uns quantos seus
congéneres, que esta ou aquela razão lhes são associados de facto ou nas
circunstâncias.
Na
verdade o orçamento é um tratado e oficialização inconstitucional de
esclavagismo para os trabalhadores portugueses, uma condenação à doença e
à fome dos já reformados e de mais idade, um convite aos mais jovens
para que se excluam do país, que emigrem – assim declarado abertamente
pelo governo – um ataque às famílias, à sua estabilidade e educação dos
seus filhos, um declarar de desprezo pelos direitos das crianças e seu
saudável crescimento e formação. Há crianças que já hoje chegam às
escolas e declaram não terem jantado após saírem das escolas, nem terem
tomado o pequeno almoço nas suas casas. Ou seja, estão quase 24 horas
sem uma refeição, restando-lhes o almoço limitado que algumas escolas
lhes proporcionam gratuitamente através do SASE, Serviços de Ação Social
Escolar.
Das
medidas anunciadas e implícitas neste OGE, que será aprovado pela
maioria partilhada entre PSD e CDS, não vimos contenção correspondente
aos sacrifícios impostos aos portugueses sobre as reformas imorais de 10
mil euros e mais que muitos recebem por mês. Quem? Aníbal Cavaco Silva,
por exemplo – a sua reforma ronda quantia de poucas dezenas de euros a
perfazer menos de 10 mil. Uma medida de contenção a estes abusos deveria
ser na ordem dos 50 por cento ou mais em redução. Deveria existir um
teto máximo para as reformas mais altas e esse nunca deveria ser maior
que os 4 mil euros. Qualquer reformado com essa quantia pode manter a
sua vida com dignidade, sabendo-se que esses que imoralmente recebem
reformas avultadas anteriormente e de momento acumularam e acumulam
riqueza bastante para viverem como nababos.
Também
os deputados reformados devem ver as suas reformas - e mordomias que
para eles reservaram abusivamente - diminuídas a mais de metade, o mesmo
para os ex-presidentes da república, ex-ministros e outros ex que como
sanguessugas depauperam os bens públicos sem a menor vergonha.
A
quantidade de deputados que existem no parlamento de Portugal é
injustificado, um número mais reduzido seria o ideal, assim como a
redução de 40 porcento daquilo que mensalmente auferem em ordenado
estipulado e alcavalas que em muitos casos superam escandalosamente os
vencimentos-base. Não se trata só de limitar as despesas da Assembleia
da República, como o primeiro ministro Passo Coelho já referiu, mas sim
de levar decência e moralidade àquilo que os deputados devem receber
pelo seu trabalho em prol da democracia e do país. Mas essas medidas não
são contempladas neste OGE, nem por sonhos Passos Coelho nem o seu
governo, ou os partidos que lhe afetos e que detêm a maioria se lembram
de levar àquela casa, a AR, a equidade, a justiça, a democracia. Nem em
nome da crise porque afinal a crise é só para os portugueses que não
fazem parte do mosaico político partidário afeto aos que detém ou
detiveram o poder ao longo destas quase 4 décadas pós 1974. Se este
governo – e outros anteriores – fosse honesto já teria tomado esse tipo
de decisões e muitas outras mais que verdadeiramente pusessem termo às
enormes injustiças que vitimam os portugueses em beneficio de uma
minoria de verdadeiros sanguessugas. Sob o pretexto da crise Portugal
adormecido está a reviver um verdadeiro pesadelo e a democracia já foi.
Sem
dificuldade podemos concluir que este governo usa a mesma estratégia de
todos os outros: os ricos não pagam a crise… nem os políticos,
tecnocratas ou amigos dos partidos que detêm os poderes atuais. Por isso
não há moralidade e aqueles que têm direito a comer são sempre os
mesmos, só alguns. Todos os outros não comem mas pagam. A isto chama-se
parasitarismo. E é grande, o que se instalou na política daqueles
partidos e dos seus clientelismos. Um enorme pesadelo.
Temos
portanto a perspetiva mais que certa de que muita miséria e fome vão
vitimar os portugueses. Começou pelos que sofriam de maiores carências,
que agora já são portugueses completamente famintos e sem teto e já se
propaga a toda a velocidade aos se julgavam da classe média baixa e até à
classe média-média. Os da média alta ainda não estão a sentir
verdadeiramente a crise mas a partir de Janeiro decerto que a vão
sentir, sem que por isso lhes caia as paredes na lama. Na lama já estão
quase metade da população portuguesa e esses números irão aumentando
significativamente a cada mês de 2012. O que se pode esperar de mais um
governo que exclui alguns eleitos (por eles) para nem sequer sentirem o
bafo da crise e ainda beneficiarem com ela se possível? E tem sido
possível.
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Sandra Duarte Bobone
Quinta-feira, 10 de Novembro de 2011
FOME EM PORTUGAL, O PIOR ESTÁ PARA ACONTECER
A
questão que se põe aos portugueses prende-se com nem querer saber a
verdade sobre a crise que existe, alegadamente por responsabilidade de
todos. A maioria não acredita que seja de sua responsabilidade que o
país está endividado mas faz de conta que acredita naquilo que os
políticos dizem e vai aceitando as medidas de austeridade que todos os
dias empurra os portugueses para a miséria.
Foi
notícia ainda há dias que as escolas estão a deparar com a presença de
alunos que vão para as aulas com fome, com "insuficiência alimentar" - o
eufemismo é também usado pelo presidente da república, Aníbal Cavaco
Silva. Sobre isso nem uma palavra foi dita pelo atual primeiro ministro,
Pedro Passos Coelho. Considerando a iletracia e o analfabetismo dos
portugueses muitos haverá que não entendem o que quererão dizer. Seria
mais simples e entendivel para todos se usassem a palavra fome porque é
disso que se trata, é isso que acontece: há crianças que vão para as
aulas, para as escolas, com fome. Há fome em Portugal e não são só as
crianças, nem os velhos, que dela padecem. É curioso porque quando
Aníbal Cavaco Silva era primeiro ministro - por mais de 10 anos - também
a fome se instalou em Portugal. Que o diga a região de Setúbal, do
Alentejo, da Grande Lisboa... Agora que é presidente da república, que o
partido que comanda pelos bastidores também está no poder... voltou a
existir fome com larga incidência em Portugal. Coincidências.
Em
outro dia de parlamento a discutir o Orçamento de Estado e de citações
de números e mais números, de milhões e mais milhões, de biliões e mais
biliões, ficam os portugueses a saber que a situação vai agravar-se
muito mais e que se agora existe fome muito mais irá haver. Que se
existe bastante miséria, muito mais haverá no ano que vem, e no outro, e
no outro... Até que aconteça "milagre" se acaso os portugueses
continuarem passivos como zumbis e não exigirem o abandono desta senda
de austeridade injusta sempre para os mesmos. É mais que tempo de exigir
mais e maior justiça nos sacrifícios que estão a esmagar os portugueses
através das carências múltiplas causadas pela carestia, arquitetada e
posta em prática por Passos Coelho, um marioneta de poderes ocultos, e
todos que são conhecidos como governantes deste desastre nacional - os
políticos em que os portugueses votaram e têm votado, dentro do
desgraçado "arco dos partidos da governação" conhecidos por PS, PSD,
CDS. O que muda são as siglas, de algum modo o palavreado utilizado e
pouco mais. As mentiras são a prática destes políticos que se mostram
agremiados em associação criminosa e lesa pátria, a governação é sempre a
mesma e os conhecidos mafiosos também. Nem mudam nos
seus clientelismos.
É
aos portugueses que compete fazer com que tudo seja diferente e que os
métodos passem a usar a honestidade como prática em vez das práticas
destes políticos desonestos que legislam a seu favor, dos lobies que
representam, entre imensidões de outros interesses que têm a maioria de
responsabilidades na divida que dizem ser causa de todos nós. Que não é,
mas que pagamos com desemprego, miséria e fome, perdão: insuficiência
alimentar.
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Terça-feira, 8 de Novembro de 2011
NOVO PORTUGAL DIRETO – UM GRUPO NOVO, NOVOS EDITORES
Nova edição, novo Portugal Direto. Essa é a notícia que podemos trazer com título de novidade. Um grupo de blogueiros vai assegurar a nova edição deste sítio. Sem desprimor para o anterior criador e editor decidimos eliminar todos os textos e imagens para começar de novo com um Novo Portugal Direto.
Esperamos agradar e suscitar a vossa participação. Conteúdos que desejem ver aqui publicados poderão enviar para portugaldireto@gmail.com, estamos abertos a alargar o grupo que edita este sítio.
Também
manteremos abertos e sem restrições os comentários daqueles que
quiserem desse modo participarem acerca dos títulos que editamos.
Boa participação, boa leitura.
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