Domingo, 22 de Setembro de 2013
Presidente do BES Ricardo Salgado envolvido em offshore suspeita
Sou do tempo em que as pessoas confiavam as suas poupanças aos bancos para que ficassem protegidas, ao abrigo dos larápios.
Sou
do tempo em que um simples empregado bancário gozava de um estatuto de
respeitabilidade e honradez, à prova de qualquer suspeita. Em que o
banco, como instituição, e a sua administração, eram merecedoras da
confiança incondicional dos seus clientes.
Vivo
hoje no tempo em que já ninguém pode ter a certeza de poder levantar,
em qualquer altura, a totalidade do dinheiro que depositou no banco.
Ou
porque descobriu serem manhosas aplicações financeiras sem garantia de
retorno do capital aquilo que os bancos lhes garantiam serem meros
depósitos a prazo ou porque as falcatruas das administrações gananciosas
levaram à insustentabilidade financeira e às falências dos bancos que
agora nos dizem só poderem ser salvos com o dinheiro dos nossos impostos
ou à custa do confisco das nossas poupanças como já aconteceu em
Chipre.
Os
dedos das mãos, a que sem esforço se podem juntar os dos pés, já não
chegam para contar os banqueiros corruptos que acumularam fortunas
colossais, partilhadas com os seus amigos “do ramo”, da alta advocacia e
da política, confundindo o património dos seus clientes com o seu e que
hoje estão sob suspeita ou já a contas com a justiça por via das suas
actividades criminosas.
E temos razões para crer que, salva a rara e
conveniente excepção do “corrupto de serviço” Oliveira e Costa, outros
nomes destes biltres não foram ainda responsabilizados criminalmente ou
jogados para a praça pública graças à enorme influência e protecção
política de que disfrutam, alimentada pelas teias mafiosas de
cumplicidades com os titulares dos poderes instituídos, com quem têm
partilhado o banquete dos recursos do país, graças à celebração de
negociatas milionárias que começámos a pagar mesmo antes de conhecermos
os seus contornos tenebrosos.
Sou
do tempo em que se tirava o dinheiro do colchão e se entregava ao
banco, para não sermos roubados. Vivo hoje no tempo em que temos mais
probabilidades de ser roubados no banco do que no colchão.
Sic transit gloria mundi.
CD
Meus amigos, aí vai mais uma:
Presidente do BES Ricardo Salgado envolvido em offshore suspeita
O
presidente do BES terá recebido 8,5 milhões de euros de um empresário
da construção em 2011, o que motivou a entrega de três rectificações do
IRS de Ricardo Salgado no ano seguinte. O SOL avança que esse dinheiro
foi transferido de uma offshore do construtor para outra, que
alegadamente pertence ao banqueiro.
Ler notícia completa aqui:
http://www.noticiasaominuto.
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