sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Posted: 26 Sep 2013 03:11 AM PDT
Os conhecidos Homens da Luta, que estão por agora inactivos nas suas actividades de entretenimento, mudaram a página de fãs e tornou-se no apoio a uma campanha eleitoral.
A página dos Homens da Luta, com quase 600.000 fãs, foi transformada numa página de apoio à campanha independente de um dos membros dos Homens da Luta a Cascais. Esta campanha, seguida de perto pelos quase 600.000 fãs, apanhou de surpresa algumas pessoas que mostraram a sua indignação pela mudança na temática.
O candidato Jel (Nuno Duarte) é quem lidera esta candidatura. Contou ao Tugaleaks que a diferença desta candidatura em relação às outras é “sobretudo o facto de ser a primeira vez que algum de nós se candidata a um cargo publico, centrámos a nossa campanha num punhado de propostas que julgamos viáveis como por ex. wi-fi gratuito ou um programa de troca de livros escolares e agora deixamos a decisão aos eleitores de cascais. tem sido uma experiência muito positiva e enriquecedora para todos nós“.




Em relação à indignação dos fãs, confessa que “compreendemos e respeitamos quem nos critica, esse sempre foi um apanágio da nossa página, e não apagamos nenhum comentário a não ser que apele ao ódio e à violencia. explicámos o que estamos a fazer e porquê o fazemos abertamente desde o principio e temos tido muito apoio à nossa decisão” mas adianta também que “os Homens da Luta enquanto personagens musicais e de comédia estão parados“.
Quanto à “ajuda” que a página tem dado, Jel prefere ver “no dia das eleições” o resultado.

O que pode acontecer á página?

“As páginas no Facebook quando atingem um numero muito grande de membros tornam se uma ferramenta muito poderosa de trabalho, de marketing, de vendas entre outras situações. Estamos a falar de uma única página como é o caso desta que tem cerca de 600 mil pessoas ou seja , tudo aquilo que é publicado atinge em média 14% de alcance”, explica Jorge Pereira, que é Webmaster e trabalha com redes sociais há 5 anos.
Diz-nos ainda que “uma página, já estabelecida, estar a ser usada para um assunto completamente diferente é incorrecto. Isto porque quando as pessoas se juntaram à página juntaram se a uma causa, à voz do povo , que era passada aos governantes através das mensagens pelos homens da luta“.
Deixa também o aviso de que isto “vai contra os termos e condições das páginas do Facebook”


Só o tempo dirá o que vai acontecer à página dos Homens da Luta. Mas até domingo, a Luta é em cascais, pelo povo pá.

Página dos HOMENS DA LUTA

Posted: 26 Sep 2013 01:26 AM PDT
João Cordeiro é apoiado por nomes como Ramalho Eanes. Mas tem no seu passado um processo em tribunal por ter espiado um jornalista de forma ilegal usando um detective privado.
Em Julho deste ano, a Câmara de Cascais instaurou um processo contra João Cordeiro pedindo uma “indemnização cível”. A CNE fez o mesmo dia depois. Em causa estão mensagens “pagas”, citadas em três jornais, “que são lesivos ao bom nome da autarquia”, lia-se.
João Cordeiro não é novo nestas situações de processos, pois há mais de 15 anos mandou espiar um jornalista, foi descoberto, e fez um acordo para o pagamento de uma indemnização para evitar o processo em tribunal.
O caso remonta aos finais da década de 90, quando o jornalista Orlando Raimundo, do Expresso, recebeu um dia um telefonema na redacção a solicitar a sua presença nas instalações da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) da PJ, na Rua José Malhoa. Quando lá chegou, percebeu o motivo do pedido: durante a investigação de um caso, a PJ detivera um “detective privado” e, na revista à residência deste, foi encontrado um ficheiro sobre o jornalista que continha dados pessoais. Segundo o jornalista contou ao Tugleaks, o detective não se poupou a pormenores: sabia as divisões da sua casa, onde morava, gostos literários, sítios que frequentava, o nome das suas filhas, a escola que frequentavam, entre outros dados.



Devido ainda à incúria do detective, havia também um documento com o nome do mandante da investigação à vida privada do jornalista que se veio a revelar ser o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) naquela altura, João Cordeiro. Este é hoje candidato do PS à Câmara de Cascais.
A investigação a Orlando Raimundo era simples: na altura, o jornalista andava a escrever textos incómodos para o todo-poderoso líder dos farmacêuticos em Portugal. A ANF queria entrar nos negócios dos medicamentos genéricos, mas os estatutos da associação impediam tais aventuras empresariais. Perante as evidências, o jornalista resolveu processar o presidente da ANF por devassa da vida privada.
Como indemnização, o jornalista pediu 4 mil contos, ou seja, 20 mil euros à luz dos valores de hoje. Se contarmos com a inflação, este montante poderia muito bem valer mais de 25 mil euros na prática. O processo seguiu as devidas vias legais, até que, certo dia, a parte contrária  pediu ao advogado do Sindicato dos Jornalistas um encontro pessoal com o jornalista para evitar que o caso chegasse a julgamento. Foi marcado um almoço no Bairro Alto, no Restaurante Farta Brutos, antigo Tavares Pobre, cito na Travessa da Espera 20, onde o queixoso compareceu acompanhado pelo advogado do Sindicato dos Jornalistas.
Conta-nos o visado que do outro lado, estava João Cordeiro e o director da empresa de comunicação LPM, Luís Paixão Martins. Este último compareceu de modo a ajudar a um acordo com o jornalista que evitasse a humilhação pública e a condenação em tribunal de João Cordeiro. O jornalista manteve a sua posição e garantiu que não desistia do direito a uma compensação pelos abusos de que tinha sido vítima. E não abria mão do pedido dos 4 mil contos.
Então, sem que houvesse qualquer tentativa de negociar um valor mais baixo, do livro de cheques do representante da ANF, saiu o valor de 4 mil contos. O jornalista pediu para o cheque ser passado ao advogado do Sindicato dos Jornalistas e que depois fariam contas.
Foi assim que o hoje candidato do PS evitou um processo pela ilegalidade que cometeu. O jornalista, hoje reformado mas ainda activo como escritor, quando confrontado com esta história, confirmou os factos, mas não quis avançar mais dados, considerando assunto encerrado.

O Tugaleaks tentou contactar os visados naquele encontro. João Cordeiro não respondeu ao nosso pedido. O advogado, também já reformado, do Sindicato dos Jornalista disse ao Tugaleaks que não se lembrava desse encontro. Luís Paixão Martins afirmou que apenas conhece o assunto pelo que leu num artigo publicado no Expresso, pelo Celestino Amaral, há coisa de 20 anos e que no final dos anos 80, quando Leonor Beleza era ministra da Saúde e contava com o apoio público da ANF, a LPM estava longe de antever que viesse a trabalhar com aquela associação.
Pelos vistos “ninguém” esteve naquele encontro. Mas há um facto mais do que certo: João Cordeiro contratou um detective particular que violou a vida privada de um jornalista e pagou por isso.


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