Mas ninguém tira a licenciatura a José Sócrates?
Quando o homem estava no
retiro parisiense, a questão não era premente. Até era bonito termos um
ex-pm a estudar em terras gaulesas, dava um certo ar aristocrático à
nação. Era uma cena fofa, no fundo. Mas entretanto a cena perdeu a face
fofa, porque o homem regressou à pátria, pior, voltou ao centro da nossa
vidinha colectiva. Agora é mesmo um imperativo categórico colocar a
questão: depois do que aconteceu a Miguel Relvas, por que razão ninguém
tira a licenciatura a José Sócrates? O que distingue o grau académico de
Relvas do grau académico de Sócrates? Nada. Ambos foram obtidos por
diversas e divertidas portas do cavalo. Se existirem diferenças, as
ditas são de grau e não de natureza. Tal como Relvas, Sócrates conseguiu
uma tonelada de equivalências injustificadas e ainda deu uso ao fax e
ao domingo para fazer testes e para receber notas e o título de "Eng."