sábado, 1 de março de 2014

O direito à estupidez

Henrique Monteiro
Ontem, no Parlamento, discutiu-se algo que parecendo ocioso é da maior importância: os cidadãos são autónomos e têm direito à estupidez, ou, pelo contrário, o Estado, através da lei deve proteger os estúpidos da sua própria estupidez?
A questão surgiu a propósito das praxes académicas. Uma proposta do Bloco de Esquerda, partia de um princípio definitivo sobre o que é uma praxe ("as praxes transportam uma cultura de abuso e violência"), ao passo que a proposta do PSD e do CDS colocava a tónica na possibilidade efetiva de um estudante escolher se quer ou não participar numa praxe. A proposta do Bloco de Esquerda foi recusada e a segunda aprovada com o voto de todos os partidos.
Esta questão é importante no ponto exato em que dois deputados a colocaram. Telmo Correia, do CDS, afirmou que o passo decisivo será garantir que ninguém participa numa praxe contra a sua vontade. Pedro Delgado, do PS, afirmou que as pessoas "têm o direito de agir de forma estúpida se essa for a sua vontade".

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