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Manifestantes com a braçadeira
do antigo símbolo do partido neo-nazi
Svoboda. |
À beira da bancarrota e sobre assistência do
FMI, a Ucrânia estava dividida entre as promessas de adesão à União Europeia e a
ajuda da Rússia.
De um lado, a União Europeia que prometia um
crescimento de 6% com a sua adesão e duas tranches de empréstimos de 186 e 610
milhões de euros, além de um apetecível mercado potencial de 500 milhões de
consumidores.
Do outro, a Rússia, principal destino das
exportações ucranianas, que prometia uma baixa significativa do preço do gás
fornecido, assim como um empréstimo de 15 mil milhões de dólares.
A Europa ao serviço dos USA.
A União Europeia, que dificilmente controla a
união dos seus 28 países, tem pouco interesse em integrar mais um, quem tem
grande interesse na Ucrânia são os Estados Unidos que utilizam a EU como
intermediário para satisfazer as suas pretensões.
Do ponto de vista geo-estratégico, a Ucrânia
representa mais um passo para cercar a Rússia. Do ponto de vista económico um
tampão no abastecimento do gás russo à Europa, aliás, está em marcha a
construção de vários gasodutos para contornar gás proveniente da Rússia.
Um odor de fascismo...
Muitos dos manifestantes são estudantes, mas no
meio estão infiltrados curiosos manifestantes.
Como diz Nuno Ramos de Almeida no jornal "i" de
25 de fevereiro:
"Vestem-se como nazis, andam como nazis,
comportam-se como nazis, pensam como nazis. Se calhar são mesmo capaz de ser
nazis, não acha?".
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Antiga bandeira do Svoboda até
2003 |
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Nova bandeira do
Svoboda |
Um dos partidos da oposição é o SVOBODA, de
extrema direita, que até 2003 tinha por símbolo um logótipo muito semelhante ao
utilizado pelos nazis durante a segunda guerra mundial, é financiado pela
CIA.
Muitas organizações não governamentais
americanas têem estreitas ligações com os revoltosos ucranianos. Uma delas é a
Freedom House (dirigida pelo antigo dirigente da CIA James Woosley), outra é o
OTPOR, criada em 1998 com o apoio da organização americana National Endowment
for Democracy e que organizou revoltas violentas em vários países.
O "conselho de Maidan", constituído por lideres
políticos da oposição, da sociedade civil e grupos radicais, designou Iatseniuk,
com 39 anos de idade, pro-europeu, para primeiro ministro.
Um fascista fantoche no poder.
Iatseniuk é pro-americano e anti-russo. A sua
ascenção ao poder foi concertada entre a União Europeia, através de Vitoria
Nuland (ministra adjunta americana dos negócios estrangeiros encarregada dos
assuntos europeus e eurasiáticos) e os Estados Unidos, através de Geoffrey Pyatt
(embaixador americano na Ucrânia).
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O novo primeiro ministro da
Ucrânia, Iatseniuk (ao meio) fazendo a saudação nazi, ao lado de Tyahnybok (à
direita) chefe do partido neonazi
Svoboda. |
Washington ponderou colocar no poder Vitali
Klitschko, ex-pugilista, chefe do partido UDAR financiado pelo partido
conservador alemão, mas apesar de se ter tornado um parceiro influente ainda não
foi escolhido como personagem principal para esta fase.
Outra possibilidade ponderada foi a de Oleh
Tyahnybok, chefe do partido neo-fascista da União pan-ucrâneana (Svoboda), mas
foi considerado mais útil fora do governo.
Por fim, dos três candidatos, os Estados Unidos
apostaram em Iatseniuk que contudo trabalhará durante a sua governação numa
estreita colaboração com Klitschko e Tyahnybok.
Para legitimar esta mudança de regime na
Ucrânia, os Estados Unidos necessitavam do apoio da ONU, o que foi feito com o
enviou por parte de Ban Ki-moon de um enviado especial, Robert Serry, para
abençoar esta revolução "democrática".
Sergei Glazyev, colaborador de Vladimir Putin,
revelou que os Estados Unidos gastaram 20 milhões de dólares por semana para
apoiar a oposição ucraniana, inclusive com armas
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