quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Governo angolano deixa de considerar prioritária cooperação com Portugal

Ministro das Relações Exteriores angolano em entrevista à TV pública do país.





mitida nesta quarta-feira, ao fim da noite, no novo programa TPA Global.
Georges Chikoti considerou ainda que "tem que haver por parte de Portugal algum respeito por entidades angolanas e talvez conseguir gerir bem esta relação, que não tem sido realmente a prática".
"E isso também afeta a elaboração de uma parceria estratégica porque, por parceria estratégica, queremos fazer muito mais do que aquela que temos (...) e o clima político não permite justamente a elaboração de uma política (de parceria estratégica) como essa", frisou.
Em meados de setembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros português pediu desculpa a Luanda por investigações do Ministério Público português a empresários angolanos.
Rui Machete disse à Rádio Nacional de Angola (RNA) que as investigações não eram mais do que burocracias e formulários referentes a negócios de figuras do regime angolano em Portugal.
Na semana passada, no discurso do estado da nação, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, afirmou que o actual clima político entre os dois países “não aconselha à construção da parceria estratégica antes anunciada".
Na reacção, de surpresa, o Governo português declarou acreditar na realização de uma cimeira com Angola a médio prazo.
No mesmo dia, em Luanda, fonte da Presidência disse ao PÚBLICO que não havia informação sobre eventual nova data para uma cimeira anunciada para Fevereiro no final de uma visita a Angola, há duas semanas, do secretário de Estado da Cooperação e Negócios Estrangeiros, Luís Campos Ferreira.
Durante a cimeira ibero-americana, no Panamá, neste fim-de-semana, o Presidente português, citado pela Lusa, mostrou-se convencido de que "mal-entendidos" entre Portugal e Angola e "eventuais desinformações" vão ser ultrapassados e que os dois países vão fortalecer o seu relacionamento. Os gabinetes das presidências dos dois países estiveram em contacto após o discurso de Eduardo dos Santos e "a conversa correu bem", disse Cavaco Silva.
No último sábado, o semanário Expresso noticiou que o Ministério Público português recusou por três vezes arquivar processos relativos a Angola, a última há pouco mais de 15 dias e vai prosseguir com as investigações. Explicava também que os processos não têm prazos para acabar nem arguidos.

 


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