quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Wednesday, 1 February 2012

E PRONTO LÁ TEMOS QUE AGUENTAR MAIS UM "ARTISTA" QUE NOS LIXOU O "CACAU"!



A dívida de Joe Berardo à CGD, ao BES e ao BCP já foi provisionada pelas respectivas instituições financeiras, tendo os três bancos desistido de recuperar uma parte substancial dos empréstimos concedidos ao empresário.
BCP. Berardo

Este incumprimento é mais um passo para afastar um dos homens fortes de José Sócrates na banca do próximo aumento de capital do BCP, que deverá rondar os 500 milhões de euros.
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Noutra frente, a da sua fundação, é o próprio governo a equacionar a sua permanência ou não no Centro Cultural de Belém. Em causa está o protocolo assinado em 2006 entre Joe Berardo e a então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, com vista à constituição da Fundação de Arte Moderna, Colecção Berardo, cujo espólio absorve uma parte importante do espaço e do orçamento do Centro Cultural de Belém. No BCP, é dado como assente que o empresário não vai conseguir acompanhar o aumento de capital previsto, de 500 milhões de euros.
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Recorde-se que o comendador Joe Berardo recorreu a um crédito de mil milhões em 2007 junto da CGD, então administrada por Santos Ferreira e Armando Vara, para comprar acções do BCP, que hoje estão avaliadas por menos de um décimo da sua cotação à data da compra.
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Quanto ao BES e ao BCP, desconhece-se o montante da divida, mas o i sabe que quer o banco ainda presidido por Carlos Santos Ferreira, quer a instituição liderada por Ricardo Salgado também não conseguiram recuperar os créditos junto do empresário madeirense, tendo já incorporado uma parte significativa das perdas nos resultados dos respectivos bancos.
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No âmbito da intervenção da troika, este e outros créditos concedidos pela banca portuguesa, bem como as respectivas garantias, têm estado a ser passados a pente fino.
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A hipótese de Berardo manter-se no conselho de remunerações do BCP é também considerada “muito difícil, quase impossível” por várias fontes do sector contactadas pelo i.
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Ontem, Nuno Amado, em trânsito da liderança do Santander Totta para o BCP, disse aos jornalistas estar “confiante” perante o novo desafio, ainda que admita que a missão que tem pela frente não será fácil.
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Sem querer adiantar muito, uma vez que, segundo o próprio, a assembleia-geral que formalizará a sua entrada no maior banco privado por gestão de activos só se realizará no final de Fevereiro, Amado adiantou ainda assim que foi “uma decisão bem tomada” ter trocado o Santander Totta pelo Banco Comercial Português.
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CCB A colecção de Joe Berardo mantém-se, por enquanto, no Centro Cultural de Belém, pese o estrangulamento que o acordo assinado com a ex-ministra da Cultura de José Sócrates tem implicado ao longo dos últimos anos num dos mais importantes pólos culturais do país.
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António Mega Ferreira, que estava na presidência do CCB quando foi feito o acordo entre o empresário e o ex-governo de Sócrates, opôs-se frontalmente ao negócio que o agora secretário de Estado da Cultura diz ser “ruinoso” para o Estado português.
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O verniz estalou entre Mega Ferreira e Joe Berardo quando este último defendeu publicamente a demissão do primeiro da presidência do Conselho de Fundadores da Fundação Colecção Berardo.
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O comendador chegou a acusar o presidente do CCB de nunca ter visitado as obras e não ter colocado a bandeira do museu à entrada do Centro Cultural de Belém.
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Em contrapartida, Mega Ferreira afirmou que, se soubesse quando chegou ao cargo que o governo iria instalar a colecção Berardo em todo o centro de exposições e que a Cultura iria cortar os seus apoios anuais, “provavelmente não teria aceitado o convite”.
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O i tentou falar, sem sucesso, com Vasco Graça Moura, que ocupa agora o lugar deixado por Mega Ferreira desde a semana passada, por escolha do secretário de Estado da Cultura de Passos Coelho.
Mas ao que conseguimos apurar, as críticas levantadas ao negócio são idênticas. Em primeiro lugar, porque todo o espaço de exposições do CCB passou a ser ocupado pela colecção de arte contemporânea do comendador. Depois, porque o centro cultural deixou de ter verbas disponíveis para trazer para Portugal importantes exposições temporárias de artistas internacionais, como sempre aconteceu até 2006.
A decisão final sobre o futuro do protocolo assinado entre Berardo e Sócrates está agora nas mãos do executivo. E da própria troika, que também está a analisar o negócio, em linha com o que acontece com muitas outras parcerias com privados que têm um enorme peso no orçamento de Estado.

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